Seis enfermeiros infetados e cirurgias canceladas no hospital de Beja

O hospital de Beja detetou esta quinta-feira seis enfermeiros do bloco operatório infetados com Covid-19 e cancelou algumas cirurgias programadas por questões de segurança, disse à agência Lusa a presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).

“Neste momento, há seis enfermeiros do bloco operatório com infeção confirmada“, indicou Conceição Margalha, referindo que os profissionais de saúde, que “foram colocados de imediato em isolamento” em casa, “apresentam sintomas ligeiros e não inspiram cuidados”.

Segundo a responsável, o bloco operatório mantém-se a funcionar, mas, “por questões de segurança, foram canceladas algumas cirurgias programadas e será mantida uma avaliação rigorosa relativamente à atividade” no serviço.

Depois de detetados os seis casos, “foi acionado o plano de contingência do bloco”, indicou, explicando que, “cumprindo as normas da Direção-Geral da Saúde”, a Unidade de Saúde Pública, o Serviço de Saúde Ocupacional e o Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos da ULSBA avaliaram a situação e iniciaram os procedimentos de avaliação de risco dos profissionais de saúde e o pedido de testes e o isolamento dos casos suspeitos.

Questionada pela Lusa sobre se há risco de encerramento do bloco operatório, Conceição Margalha respondeu que “é necessária uma avaliação mais correta para se poder saber se há profissionais em número suficiente para manter as escalas e o funcionamento do bloco em segurança”.

Também questionada sobre se se trata de um surto, Conceição Margalha disse que, “de momento, se pode falar em seis casos de infeção detetados”. “Só depois da realização de mais testes” a outros profissionais que trabalham no bloco, nomeadamente médicos, enfermeiros e assistentes operacionais, e aos contactos próximos dos infetados já confirmados, “é que se poderá ter a noção se é ou não um surto”, frisou.

Surto em lar de Guimarães provoca duas mortes

Dois utentes do lar do Centro Social Irmandade de São Torcato, em Guimarães, distrito de Braga, morreram esta semana com covid-19 e outros sete estão internados no hospital com a mesma doença, divulgou esta quinta-feira fonte autárquica.

Na semana passada, a Administração Regional de Saúde do Norte deu conta de um surto de covid-19 naquele lar, com 43 casos positivos de covid-19, entre 34 utentes e nove funcionários. O lar tinha 35 utentes, o que significa que apenas um acusou negativo.

Os dois utentes que morreram tinham 83 e 87 anos.

Os funcionários infetados e os restantes, à exceção de dois, foram para casa, mas mesmo assim foi possível manter o lar em funcionamento.

“Foi possível criar condições para manter no lar os idosos que não precisam de tratamento hospitalar, com os cuidados necessários, num processo que envolveu várias instituições”, disse esta quinta-feira à Lusa a vereadora da Proteção Civil na Câmara de Guimarães.

Sofia Ferreira sublinhou que é precisamente para acudir a situações como esta que a Câmara de Guimarães vai disponibilizar aos lares equipas de apoio devidamente formadas.

Em causa está uma bolsa de 40 a 50 pessoas, que estão a ser formadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e que terão posteriormente o apoio da Segurança Social e da Cruz Vermelha na resposta que darão às necessidades que forem surgindo nos lares. Trata-se de uma bolsa de profissionais contratados, que estarão aptos a substituir, temporariamente, os funcionários que se vejam incapacitados de exercer as suas funções.

“O processo está em curso, esta semana já estão a decorrer as entrevistas no IEFP e a todo o momento haverá já essa disponibilidade”, referiu Sofia Ferreira.

Esta é tida como uma “medida preventiva” para garantir que os utentes dos lares se mantenham no seu local habitual, evitando assim problemas relacionados com a sua saúde mental ou mesmo com morbilidades que possam ter.

ZAP // Lusa

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