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SEF desmantelou rede de tráfico de mulheres

dollen / Flickr

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Sete detenções, sete buscas domiciliárias e uma outra em escritório de advogado é o resultado de uma operação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que desmantelou uma rede de tráfico de pessoas e auxílio à imigração ilegal, foi hoje divulgado.

Num dos domicílios alvo de busca, na zona da Grande Lisboa, foi ainda detido um cidadão estrangeiro que se encontrava na morada e se identificou com um passaporte falso.

Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a associação criminosa hoje desmantelada fazia entrar em Portugal mulheres estrangeiras que eram encaminhadas para outros países europeus, onde eram obrigadas a prostituir-se.

A rede, de cariz internacional, dedicava-se à aliciação de mulheres africanas, no país de origem, algumas menores de idade, e ao seu encaminhamento para Portugal, munidas de passaportes falsos, adianta o SEF, que apreendeu documentação comprovativa de transferências internacionais de elevadas quantias monetárias, telemóveis e documentação indiciadora da atividade criminosa.

A operação

“Uma vez intercetadas na fronteira, as mulheres traficadas, seguindo as orientações da organização criminosa, solicitavam asilo político, altura em que intervinha um advogado conhecedor da situação, que movia as diligências processuais necessárias à formalização do pedido de asilo e ao acompanhamento da situação”, explicou o SEF.

Após algum tempo no Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa, as jovens, mantendo-se pendente o pedido de asilo, logravam autorização para entrar em Portugal, sendo encaminhadas para o Centro de Acolhimento do Conselho Português para os Refugiados, sendo então contactadas pelos elementos da rede que estavam em Portugal.

Estes últimos determinavam os procedimentos e, em coordenação com os restantes elementos da organização que operavam noutros países europeus, encaminhavam as mulheres para diferentes destinos na Europa.

No país de destino, as jovens eram confiadas a mulheres mais velhas da mesma nacionalidade, as chamadas “madames” ou “mamas”, que as passavam a controlar e a explorar, retirando-lhes todo o dinheiro que faziam com o exercício da prostituição.

Quando as vítimas saíam de Portugal, a organização voltava a facultar-lhes documentação falsa, de modo a que circulassem livremente na Europa.

Na operação “Naira” participaram 52 operacionais do SEF, que cumpriram mandados judiciais em Lisboa, Odivelas e Laranjeiro.

Participaram ainda na operação dois analistas de informação da Europol, dando apoio ao nível do cruzamento de informação, por se tratar de um crime de repercussões em vários países europeus, estando a decorrer, em alguns desses países, investigações sobre o mesmo fenómeno.

/Lusa

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