Em apenas um dia, Cristina Dias pediu para sair com uma indemnização e viu o seu pedido aprovado, tendo recebido cerca de 80 mil euros.
A atual secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Dias, solicitou uma indemnização à CP, considerando toda a sua carreira na empresa (desde 1992 até 2015), quando foi convidada para ir para a administração do regulador dos transportes (AMT).
A rapidez do processo foi notável. No próprio dia em que apresentou a carta de pedido de revogação de contrato, a questão foi levada à reunião do conselho de administração da CP e aprovada, avança o Público.
Cristina Dias, ainda vice-presidente da empresa, pediu escusa na tomada de decisão por “impedimento e incompatibilidade”. Nesse mesmo dia, o departamento de Recursos Humanos preparou o cálculo da indemnização de 79.087,58 euros.
No dia seguinte, a 23 de julho de 2015, numa nova reunião, foi mencionado que Cristina Dias sairia para exercer funções na AMT, isenta de cumprir o tempo de serviço necessário para renúncia do contrato, o que permitiu uma saída imediata. Assim, em apenas 24 horas, a então administradora conseguiu formalizar a revogação do contrato, obter o aval do conselho de administração, calcular a indemnização e dispensar o tempo de serviço.
Esta revelação levanta dúvidas sobre as declarações de Manuel Queiró, que disse anteriormente ao Correio da Manhã que a empresa não teria avançado com o pagamento da indemnização se soubesse que Cristina Dias iria de imediato para a AMT. Apesar disto, o acordo foi assinado quando já era sabido que a administradora iria para a AMT, levantando dúvidas sobre a razão da manutenção da indemnização.
Os contornos deste caso adensam-se ainda porque geralmente indemnizações tão altas são pagas quando é a entidade patronal que quer despedir um trabalhador, não quando é o próprio funcionário a querer sair.
Entre 2013 e 2015, saíram 151 trabalhadores da CP com indemnização através do programa de saídas por mútuo acordo, que visava reduzir a massa salarial da empresa sem necessidade de novas contratações para as mesmas funções. Cristina Dias foi uma dessas trabalhadoras.
Cristina Dias, ao sair da CP para a AMT, passou a receber um salário e despesas de representação de 13 440 euros mensais, quase o dobro do que ganhava como vice-presidente da CP.
Que malandreca!
O regabofe habitual , “Habituem-se” afirmava un certo Costa com uma magistral desenvoltura ! ….são tantos e tantas que já lhe perdi a conta !