Os soldados russos capturados pelas forças ucranianas disseram que estarão “mortos” se regressarem a casa, onde serão considerados um fracasso.
As tropas capturadas, que foram filmadas em violação da Convenção de Genebra, imploraram para não serem enviadas de volta para a Rússia, temendo que sejam fuziladas pelo seu próprio povo, segundo a NZ Herald.
Um soldado russo, numa conferência de imprensa em Kiev, revelou que os pais lhe tinham dito que já tinha sido preparado um funeral para ele.
“Na Rússia, já somos considerados mortos. Foi-me dada a oportunidade de telefonar aos meus pais e eles disseram-me que já tinha sido marcado um funeral para mim”, contou o soldado. “Se nos mandarem de volta, seremos fuzilados pelo nosso próprio povo”, acrescenta.
A Ucrânia tem utilizado soldados capturados como parte da sua campanha para enfraquecer a moral do exército russo.
Também os usam para mostrar aos russos que os seus militares bombardearam cidades de língua russa e mataram civis, desde que Vladimir Putin, Presidente da Rússia, começou a invasão à Ucrânia a 24 de fevereiro.
O Kremlin proibiu a descrição da invasão como uma “guerra” e, em vez disso, enquadrou-a como uma “operação especial” para salvar os separatistas pró-russos da Ucrânia dos nazis. Também ameaçou condenar qualquer pessoa que criticasse a guerra a 15 anos de prisão.
Parte da estratégia ucraniana tem sido tratar os soldados russos com relativa bondade, para contrastar a forma como os oficiais do exército russo tratam os seus próprios homens.
A maioria dos soldados russos capturados parecem exaustos e desorientados, e afirmam, alegadamente, que não faziam ideia de que iriam para a guerra.
Parecem também ter falta de comida e de equipamento militar. Muitos disseram que eram recrutas e que apenas queriam ir para casa. Alguns foram filmados a chorar ao telefone enquanto falavam com as suas mães na Rússia.
Até esta semana, o Kremlin insistiu que só tinha destacado soldados profissionais para a Ucrânia. Mas, após pressões constantes, o ministério da defesa russo admitiu que tinha usado recrutas na Ucrânia.
Embora a tática de filmar recrutas russos desmoralizados tenha sido elogiada como sendo eficaz, o Comité Internacional da Cruz Vermelha disse que quebra a Convenção de Genebra.
“A lei estabelece que eles devem ser protegidos. Isto inclui atos de violência, intimidação e maus-tratos”, afirmou um porta-voz da Cruz Vermelha Internacional, numa declaração.
“Também devem ser tratados com dignidade e não expostos à curiosidade do público — como as imagens que circulam nos meios de comunicação social“.
Eles estão a ser muito bem tratados, conforme se pode ver e dentro das condições que os ucranianos lhes podem proporcionar. Mais importante, é que lhes abriram os olhos para a triste realidade, ao contrários dos seus conterrâneos, que vivem num mundo virtual de conto de fadas!
No mundo do Putin só há duas soluções, ou se limitam todos a pensar e agir como ele exige, ou caso contrário, estarão todos condenados! Grande mulher, aquela jovem que se expôs a condenar o regime perante as câmaras de televisão, não irá ter vida fácil certamente! O Putin está a condenar o seu próprio país ao isolamento e ao descrédito total perante o mundo livre do qual se deveria aproximar ao invés de se isolar e humilhar o seu povo com tais barbaridades.