Saudades da mulher tramaram-no. O que vai agora acontecer a Fábio Cigano?

O prisioneiro fugitivo acabou por ser apanhado quando as autoridades seguiram a sua companheira, que foi encontrar-se com Fábio Loureiro em Marrocos. A defesa vai tentar travar a extradição.

Fábio Loureiro — conhecido pela alcunha Fábio Cigano — um dos cinco fugitivos da prisão de Vale de Judeus, foi recapturado em Marrocos após uma fuga audaciosa a 7 de setembro.

O criminoso, que foi condenado a uma pena de 25 anos por crimes como rapto, tráfico de drogas e roubo à mão armada, conseguiu escapar com um passaporte falso e esconder-se em Marrocos. Contudo, foi o amor pela sua companheira, Rita, que acabou por o trair e levar as autoridades até ele.

A Polícia Judiciária (PJ), que estava a monitorizar os movimentos de Rita, seguiu-a desde a sua zona de origem, em Sintra, até ao Sul de Espanha e, finalmente, para Marrocos, onde se deu o reencontro do casal, explica o Correio da Manhã.

Fábio foi capturado pelas autoridades marroquinas no domingo à noite, pouco depois de ter encontrado a companheira. Rita já tinha regressado a Espanha quando a detenção ocorreu.

O suspeito foi apanhado a 30 quilómetros de Tânger, numa carrinha onde viajava com um amigo português. A PJ acredita que Fábio esteve escondido em bairros de Sevilha, onde contou com o apoio de familiares. O seu reencontro com a mulher foi facilitado pelas comunicações através de redes sociais, onde ele utilizava o nome “Makaveli”, uma referência ao rapper Tupac Shakur.

Além dos 25 anos a que já tinha sido condenado, Fábio Loureiro poderá enfrentar mais dois anos de prisão pela evasão.

Defesa vai opor-se à extradição

O fugitivo da cadeia de Vale de Judeus capturado em Marrocos, Fábio Loureiro, vai opor-se à extradição para Portugal, adiantou à Lusa fonte ligada à defesa do cidadão português detido no domingo à noite em Tânger.

Segundo a mesma fonte, Fábio Loureiro será esta terça-feira representado por um advogado marroquino, “que se irá opor à extradição” para Portugal.

A fonte não adiantou, para já, os fundamentos que serão apresentados para contestar o pedido de extradição formulado pelas autoridades portugueses.

Caso a extradição se confirme, Fábio Loureiro deverá ser transferido para a prisão de alta segurança de Monsanto, onde já esteve anteriormente e tentou escapar, sem sucesso.

O processo de recaptura, batizado de “Operação Retorno”, foi organizado num curto espaço de tempo e, segundo fonte da PJ, a operação levou menos de 24 horas a ser executada.

Entretanto, um mês após a fuga, a cadeia de Vale de Judeus introduziu novas medidas de segurança, incluindo a presença constante de guardas nos pátios e a atualização do plano de emergência.