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Ventura votou contra todos, mas Parlamento aprovou saudação à greve climática

Mário Cruz / Lusa

Esta sexta-feira, milhares de estudantes saíram à rua em todo o mundo. No Parlamento português, houve votos de saudação à greve climática e críticas ao “aproveitamento político”.

Três votos de saudação à greve climática e um ao mundo rural, destaca a TSF no dia em que as votações dividiram opiniões e mereceram especial atenção no plenário desta sexta-feira, num dia em que centenas de estudantes se manifestavam no exterior da Assembleia da República.

Apresentados pelo PS, PAN e Bloco de Esquerda, os votos sobre a crise climática foram aprovados. O Chega de André Ventura votou contra todos, o CDS votou contra dois deles e o Iniciativa Liberal votou a favor da proposta do PS, absteve-se na do PAN e votou contra a dos bloquistas.

Telmo Correia, deputado centrista, afastou-se de quem acompanha “as visões mais radicais, mais fundamentalistas e mais extremistas nesta matéria”, sublinhando que os representantes do povo português não devem “apelar aos jovens que não vão às aulas”. Ao ataque, frisou que há partidos que fazem um “aproveitamento político” da questão da greve climática.

Nelson Peralta, do Bloco de Esquerda, enfatizou a necessidade de dar uma resposta de “justiça de economia, justiça climática e de políticas de igualdade”. Já Hugo Carvalho, do PSD, admitiu que, “daqui a uns anos não se quer arrepender, nem olhar para o mundo e dizer ‘não fizemos o suficiente'”.

O PS, na voz de Miguel Costa Matos, deixa o compromisso de “continuar a liderar” o “esforço global de descarbonizar a sociedade e a economia”. Alma Rivera do PCP alertou que “o capitalismo não é verde” e que é preciso “encontrar outras formas de desenvolvimento” e avançar para medidas concretas.

Mundo Rural

O CDS lançou um voto de saudação ao mundo rural, com Cecília Meireles a recordar um dos cartazes das manifestações onde se podia ler “se o campo não planta, a cidade não janta”. “Somos todos portugueses e todos rurais, urbanos e todos devemos ter orgulho das nossas tradições e da nossa identidade”, frisou a deputada.

O PAN lançou fortes críticas e votou contra por acreditar que “traz uma leitura enviesada da realidade”. André Silva acusa o CDS de ter uma “tentativa desesperada de se eximir às responsabilidades próprias”. “O CDS e outros que se arrogam defensores do mundo rural, são aqueles que mais o têm atacado.”

O voto do CDS acabou por ser aprovado com os votos contra PAN, abstenção do Bloco de Esquerda, Livre e do deputado socialista Pedro Delgado Alves.

ZAP //

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