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“Sardines” são a tendência de verão dos EUA (ou apenas um indicador de pobreza)

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@portuguesesardine / Instagram

O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa em Nova Iorque

Loja de O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa em Nova Iorque

São a mais recente tendência nos EUA e estão em todo o lado – das redes sociais à moda, com a loja ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’ a surfar esta onda e a atrair atenções. No entanto, podem ser apenas um indicador de pobreza.

A sardinha, que é um dos peixes mais emblemáticos da gastronomia portuguesa, tem estado em destaque ao longo das últimas semanas, uma tendência que irá dominar o verão e que já tem nome: ‘Sardine Summer’.

Mais do que um alimento, a conserva de sardinha transformou-se num objeto de desejo associado ao estilo de vida mediterrâneo e está agora presente em acessórios, decoração, vídeos virais nas redes sociais e campanhas de moda.

O programa “Today Show”, exibido no canal norte-americano NBC, dedicou uma reportagem ao ‘Sardine Summer’, com a loja portuguesa ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’, em Nova Iorque, a servir de montra para esta tendência de verão, não só pelas latas de conserva coloridas e ‘vintage’ que oferece, mas também pela variedade de produtos que apresenta.

“As pessoas procuram experiências com alma, história, com um lado humano. E é aí que a nossa loja entra: com sardinhas em conserva e uma cenografia que cruza a teatralidade. É quase como se Portugal fosse um segredo bem guardado que agora o mundo está a descobrir”, explicou o Grupo O Valor do Tempo – proprietário da ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’, à Lusa.

A loja portuguesa, localizada na famosa Times Square e inaugurada em agosto de 2023, tem reforçado o compromisso da marca em levar a tradição portuguesa para o palco mundial.

Com as pesquisas no motor de busca Google para “Sardine” a triplicarem desde 2023, na reportagem da NBC aponta-se que até 2030 o mercado global de conservas de peixe deverá ultrapassar os 61 mil milhões de dólares (53 mil milhões de euros).

“Sardines” – a estrela (saudável) de verão

De acordo com O Valor do Tempo – que detém a histórica conserveira Comur, fundada em 1942 na Murtosa -, esta tendência de consumo no mercado norte-americano regista um crescimento sem precedentes, “impulsionada pelas alterações no gosto do consumidor, pela conveniência e pela adoção de um estilo de vida mais saudável sem abdicar do sabor”.

“O momento da ‘Sardine Summer’ não podia ser mais perfeito para a sardinha portuguesa, que ocupa um lugar de destaque: é estrela na gastronomia de verão, graças ao seu valor nutricional, e conquistou o estatuto de ‘superfood’. Mas a sardinha vai mais longe — transformou-se num verdadeiro acessório de culto, tal como aconteceu com o fenómeno ‘Barbiecore’, que invadiu redes sociais e guarda-roupas em 2023″, lembrou a empresa.

Para tirar partido desta tendência, a companhia portuguesa reforçou a narrativa de Portugal em loja, lançou uma lata com uma ilustração dos ícones de Nova Iorque – Empire State Building, Broadway, Estátua da Liberdade e a própria Times Square, além de apostar em conteúdos digitais que prolongam a experiência da loja além da visita física.

“Tudo isto sem nunca esquecer a raiz artesanal do produto — porque, no fim, o que vendemos é uma conserva feita como antigamente. (…) Gigantes do retalho de luxo – e não só – replicam a estética das sardinhas em ‘merchandising’, um sinal claro de que a tendência já saltou das redes sociais para as prateleiras do consumo global”, acrescentou O Valor do Tempo.

Ou apenas um indicador de pobreza

Contudo, segundo a imprensa norte-americana, o interesse pela sardinha poderá também estar relacionado com a situação económica que o país atravessa e está a ser visto como um indicador de uma possível recessão, “com as pessoas a procurarem formas baratas de se sentirem luxuosas“, como aponta o jornal New York Post.

Porém, o que era antes considerado um alimento barato, hoje pode ultrapassar os 10 dólares (8,6 euros) por lata em algumas das principais redes de supermercados do país.

Ou, no caso da ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’, a lata mais cara de sardinha vendida nos EUA custa 44 dólares (38,2 euros), segundo os valores apresentados no ‘site’ da marca.

ZAP // Lusa

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