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Sindicato denuncia que São João também ficou sem radiologistas à noite

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José Coelho / Lusa

Hospital de São João, Porto

O Hospital de São João juntou-se ao Hospital de São José e ficou sem radiologistas à noite, diz o Sindicato, que garante que a retirada foi feita “pela calada”. Já o Centro Hospitalar São João (CHSJ) desmente.

Primeiro, o Hospital de São José, em Lisboa. Agora, também o Hospital de São João, no Porto, ficou sem radiologistas à noite. A denúncia partiu do Sindicato Independente dos Médicos.

À TSF, o presidente Jorge Roque da Cunha diz que esta mudança foi feita recentemente – há cerca de um ou dois meses – “pela calada”. A denúncia só surge agora porque, segundo o responsável, a suspeita demorou algum tempo a ser confirmada pela delegada sindical do hospital.

No entanto, o Centro Hospitalar São João desmente a falta de radiologistas à noite, garantindo que o sistema se mantém inalterado há 10 anos, não tendo havido qualquer mudança recente.

Assim, o CHSJ garante 24 horas por dia radiologia convencional, neurradiologia e neurradiologia de intervenção. A TAC de corpo, entre as 8 e a 1h, é assegurada exclusivamente pelo CHSJ, enquanto que entre a 1h e as 8h é assegurada por telerradiologia.

Segundo o CHSJ, os exames são realizados no São João e os relatórios são feitos à distância. Também a ecografia é assegurada pelo CHSJ entre as 8h e a 1h, enquanto que entre a 1h e as 8h só ecografias emergentes, realizadas pelo Serviço de Urgência.

À semelhança do São José, o Hospital de São João é um dos maiores hospitais da cidade e da região, para onde são encaminhados os casos de saúde mais graves. O sindicato diz não fazer sentido em situações de urgência recorrer a empresas externas que, pela telemedicina, avaliam os exames realizados aos pacientes.

Jorge Roque denuncia que os radiologistas foram retirados “pela calada da noite, sem grande alarido e sem praticamente ninguém se aperceber”, informação contrariada pelo São João.

À TSF, o presidente sindical afirma que o fim dos radiologistas à noite põe em causa a saúde dos doentes. “Não é a mesma coisa ter um radiologista presente fisicamente e ter um radiologista a relatar um exame a alguns quilómetros de distância”, afirma Jorge Roque.

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos lança, inclusivamente, um desafio ao Ministério da Saúde: “fazer uma investigação de quantas não conformidades é que as empresas externas de prestação de serviços acabam por cometer, inclusive erros de diagnóstico com necessidade de repetição de exames”.

Há um mês, quando foi noticiado o fim dos radiologistas à noite no Hospital de São José, a administração do centro hospitalar garantiu que o uso da telemedicina é comum nos hospitais nacionais e internacionais, admitindo se ruma boa prática de recursos humanos, não colocando em risco os doentes.

ZAP //

1 Comment

  1. Ah, pagam empresas externas pelo serviço de telemedicina???
    Então porque não pagar aos próprios radiologistas uma quota parcial para estarem “de prevenção” em casa para as avaliações em telemedicina?
    Aposto que sai mais barato.

    Ah, pois, mas assim não dão a ganhar aos amigos de bolso……

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