Santos Silva já fez as pazes com os parceiros da “feira de gado”

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O ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu que usou uma “liberdade de linguagem que não tem pertinência” e, por isso, pede desculpa a qualquer agente da concertação social que se tenha sentido “melindrado”.

Em declarações ao Público, Augusto Santos Silva reagiu à polémica tornada pública pela TVI, que captou o governante, no jantar de Natal do grupo parlamentar do PS, a comparar a concertação social a uma “feira de gado”.

“Ali o Vieira da Silva conseguiu mais um acordo, pá! Ó Zé António, és o maior… negociante. Grande negociante. Era como uma feira de gado!”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, aparentemente sem se aperceber da presença das câmaras.

Em questão estavam as negociações do ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, com os parceiros sociais por causa do salário mínimo.

O ministro refere ao jornal que esta declaração foi feita “no âmbito de uma conversa privada com um amigo” e em “tom de brincadeira”.

Santos Silva explica que a frase pretendia “valorizar o resultado de uma negociação” e daí ter usado uma alusão às feiras de gado que, geralmente, são “duras e complexas e que acabam com honradez de ambas as partes”.

Mesmo assim, o governante admite que usou uma “liberdade de linguagem que não tem pertinência” e pede desculpa a qualquer agente da concertação social que se tenha sentido “melindrado”.

Para concluir, o ministro deixa uma palavra de apreço à concertação social, considerando que é “um instrumento fundamental do nosso Estado” e um “dos pilares essenciais da nossa arquitetura constitucional”.

Segundo a TSF, os parceiros sociais dão o assunto por encerrado.

“Não desejamos mas todos nós por vezes temos frases infelizes, foi a vez do senhor ministro. Já pediu desculpa, estão aceites. O que importa relevar é o acordo que foi conseguido”, disse António Saraiva, presidente da CIP.

“Foi de facto uma frase infeliz, num momento que não era formal. O ministro já pediu desculpa, (…) a situação está sanada”, declarou ainda João Machado, da Confederação de Agricultura (CAP).

ZAP //

11 Comments

  1. É lamentável este tipo de comportamento. Não é a primeira vez que profere este tipo de comentários! Este senhor é o tal que disse que gosta de malhar na direita! Enfim…quando temos políticos que dizem bacoradas destas, está tudo dito…mas que falta de respeito pelas pessoas que estiveram a negociar o salário minimo…ao menos ainda pediu desculpa…às vezes nem isso pedem..

  2. “…polémica tornada pública pela TVI, que captou o governante, no jantar de Natal do grupo parlamentar do PS…”
    Num jantar privado não há ” Liberdade de Expressão ” tão apregoada pela Máfia jornalística?
    Reparem neste termo “…captou o governante…” Parece que voltámos à PIDE, aos jornalistas do Estado Novo.

    • Não, minha senhora, é ao contrário!

      No tempo da PIDE é que se um governante tivesse dito uma imbecilidade, em público ou em privado (que não é o caso de um “jantar de Natal do PS”), nunca um jornal ou TV teria podido divulgar as imagens!

      Será que não percebe mesmo, ou a sua cegueira ideológica só lhe permite ver para um lado e distorcer para o outro?

      Liberdade de expressão? Alguém está a impedir o ministro de se exprimir? E que tal a liberdade de informar o povo do tipo de graçolas que os seus governantes exprimem?

      Se tivesse sido um governante do PSD a fazer uma qualquer piada imbecil, estaria aqui a defender que se censurasse a TV que tivesse captado a piadola?

      Não há pachorra para a hipocrisia e falta de honestidade intelectual dos pseudo-defensores da liberdade que só o são quando lhes convém.

  3. Talvez o homem já estivesse com os copos mas começam a ser já vários os casos de membros do PS um pouco passados dos limites, talvez nervosismo a mais! Pode ser que entretanto também passe por uma feira de gado talvez no estrangeiro porque por cá já estão extintas e entretanto fará uma comparação.

  4. Não têm que pedir desculpas aos agentes da concertação social.
    Deveria pedir desculpas a todos os portugueses sem excepção, independente de classes ou cores politicas, declarações destas nada têm a ver com politica, acredito que nenhum partido se revê nelas.
    Nas feiras de gado negoceia-se o valor do gado, nesta negociação estava em causa o salário de trabalhadores, pessoas e não Gado.
    O ministro ofendeu todos os trabalhadores deste pais ao compará-los com gado, é vergonhoso, triste , antidemocrático è ofensa, isto ultrapassa todos os limites sejam eles, políticos, profissionais, democráticos,judiciais e mostra o que poderá ser o dia a dia de quem nos governa independentemente da classe politica, a consideração que têm por quem lhes paga o ordenado.

  5. Não vejo onde está tanta indignação . Não estamos em Portugal, republica das bananas ?
    Este cavalheiro, bruto que nem uma porta ,se tivessemos um primeiro ministro a sério e não a brincar teria sido demitido de imediato e depois temos o Sr.Presidente da Republica que está como ele diz ” lélé da cuca”, caso contrario já o teria mandado demitir, mas recusa-se convenientemente a não comentar. Como alguem atraz comentava, se fosse alguem de um outro partido que nas fossem os BE,PCP e afins, teriamos um autentico terramoto e pedido de demisão, mas como foi este vandalho que as proferiu, estamos todos da Paz do Senhor. Enfim, “empalado” seria pouco.

    • eheheheh como no tempo do salazar que a assembleia parecia uma brigada do reumático? Tenha juizo, na Itália até há bofetada no parlamento e que eu saiba a Itália governa-se melhor que nós..ahh e tem melhores cidadãos

  6. ZAP, quem vos autorizou a usarem o meu endereço de e-mail para um comentário vosso?
    Não sabem distinguir o que é público e o que é privado?
    O profissionalismo anda longe dessa casa. Não tentem repetir!

    • Cara Ana B,
      Não “usámos o seu endereço” para um comentário nosso.
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      Se não lhe merecemos esse respeito, não nos visite por favor.

  7. Admito a possibilidade de estar errado no meu ponto de vista mas, sinceramente, não fiz a leitura que a grande maioria das pessoas fez desta questão.
    Parece-me natural a utilização de termos, expressões ou palavras mais “brejeiras” estando, como foi o caso, num ambiente mais informal, mais descontraído. Com todos nós se passa isso, não haja hipocrisias.
    Não creio que o ministro tenha usado a expressão para diminuir as pessoas, sejam patrões ou trabalhadores, aliás, todos eles aceitaram as desculpas e nem sequer alimentaram a questão ou fizeram “filmes” do assunto. Interpreto mais numa lógica de classificação dos próprios actos e atitudes decorrentes nestas reuniões. Convenhamos (e imagino) que aquilo deve parecer mesmo “uma feira de gado” ou uma “peixeirada”, com os “negociantes” a regatear “preços”, dum lado uns a tentar vender ( a mão de obra) e lutar por mais uns cobres (sindicatos) e do outro, os compradores, a tentarem comprar (a mão de obra) mais barata.

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