Ministro dos Negócios Estrangeiros explicou o que o primeiro-ministro realmente quis dizer quando abriu a porta a entendimentos com o PSD, de forma a viabilizar um futuro Governo.
Augusto Santos Silva, número dois de António Costa, esclareceu ontem as palavras do primeiro-ministro quando este referiu que não fechava a porta a entendimentos com o PSD, o que muitos interpretaram como uma réstia de esperança em relação à viabilização de um Governo de Bloco Central. De forma perentória — “não é verdade” —, o ministro dos Negócios Estrangeiros, recentrou a discussão nos programas eleitorais e esclareceu que ao longo dos últimos seis anos os dois principais partidos políticos se entenderam em questões tidas como “de regime”, como é o caso da descentralização, dos fundos europeus e das questões europeias. “É bom que os partidos moderados se entendam em questões de soberania, isso sempre tem havido. Não significa que façam parte do mesmo Governo”, explicou.
De forma a não deixar espaço para dúvidas, o governante tratou de clarificar as diferenças entre os dois partidos. “Temos políticas orçamentais diferentes. O PSD quer cortar nos rendimentos, a nossa política é ao contrário“, afirmou. “As pessoas que querem prosseguir este caminho têm de votar PS, as que querem voltar atrás voltam nos partidos da direita”.
Ainda assim, Santos Silva assegurou os eleitores que no atual cenário de eleições antecipadas, o Partido Socialista vai lutar por conseguir o melhor resultado possível e honrar a confiança que nele for depositada. “O PS lutará pelo reforço da maioria e assumirá todas as responsabilidades que lhe derem. É o povo que fala. E decidirá quem ganhará, em que condições, que maioria haverá. O que pedimos é reforço de condições de governabilidade“, explanou. “Não entramos em lógicas de chantagem, que amuamos e não assumimos responsabilidade.”
Em entrevista à RTP3, o ministro dos Negócios Estrangeiros não deixou de criticar os antigos partidos à esquerda do PS, referindo que “os que já estão a atacar o PS estão a mostrar que são inúteis para essa disputa eleitoral”.