Plenário de trabalhadores a partir das 20h de hoje. Uma “iniciativa inédita e inusitada” sem serviços mínimos.
A noite de Santo António, a grande festa local em Lisboa ao longo do ano, não vai ter metro a partir das 20h.
Adivinham-se problemas de circulação para milhares de pessoas, já que a Metro de Lisboa anunciou que vai suspender a circulação e encerrar todas as estações mais logo, na noite de 12 de Junho.
Não haverá qualquer viagem, não por causa de uma greve, mas por causa de um plenário de trabalhadores que se vai realizar precisamente na noite de Santo António. Por ser um plenário, não há serviços mínimos.
Em comunicado, a Metro de Lisboa descreve este plenário como uma “iniciativa inédita e inusitada” dos sindicatos.
“A convocatória apela expressamente à participação de todos os trabalhadores, não considerando a necessidade de assegurar serviços de natureza urgente e essencial, posição que foi mantida pelas organizações sindicais em reunião com a empresa no final da tarde de hoje (ontem, quarta-feira)”, lamenta a empresa.
A Metro também reforça que esta paralisação vai ocorrer num período de um “aumento exponencial da procura”, por causa da noite de Santo António.
Mas, dada a ausência dos trabalhadores, a empresa conclui “não estarem reunidas as condições operacionais mínimas e as necessárias condições de segurança para a manutenção da rede em funcionamento”. Por isso, vai fechar as estações todas e nenhum veículo vai circular.
O comunicado também critica os “impactos desproporcionados” causados por um plenário que não tem qualquer “urgência ou tema que implique a realização do plenário nesta ocasião”.
A Metro de Lisboa ainda apelou aos trabalhadores para marcarem o plenário para outro dia, mas a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações já anunciou que a reunião vai mesmo acontecer na noite de Santo António.
A informação disponível sobre o serviço a realizar nos dias 12 e 13 de Junho vai ser actualizada em permanência pela Metro de Lisboa.
Os veículos voltam a circular amanhã, 13 de Junho, a partir das 6:30h da manhã.
Greve na Carris, reforço na CP
Os autocarros também vão estar muito condicionados: há greve dos trabalhadores da Carris.
A paralisação dura ao longo do dia, durante 24 horas, com os trabalhadores a reivindicarem a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais.
Mas, neste caso, foram decretados serviços mínimos por um tribunal arbitral. As principais carreiras estarão a funcionar a 50%.
Já a CP – Comboios de Portugal reforça a oferta. Vai haver comboios especiais para e de Lisboa.
Haverá mais comboios na Linha de Sintra, a partir das 19h00 e durante toda a madrugada: haverá ainda 14 comboios especiais durante a próxima madrugada nas Linhas de Azambuja (Santa Apolónia-Azambuja), Cascais (Cais do Sodré-Cascais) e Linha de Sintra (Rossio-Sintra).
No total, serão mais 21.000 lugares extra face à oferta regular, anuncia a CP em comunicado enviado ao ZAP.
Obviamente algo bastante conveniente. Devido à grande afluência de pessoas é necessário contratação extra de vigilância privada e polícia em toda a rede, assim como limpezas e manutenção extra, tudo isso irá ter custos elevadíssimos para a empresa, assim sendo, não há custos extras, não há vandalismos, não há lixo e composições sujas, não há vigilância, não há problemas, não há despesas e no dia seguinte é como se não houvesse nada.