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Hospital de Santa Maria está a realizar cirurgia inovadora no combate à obesidade

Ivendrell / Wikimedia

Hospital de Santa Maria, Lisboa

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está a realizar uma nova cirurgia à obesidade que não implica incisões e requer menos tempo de internamento.

Inovadora e revolucionária, a cirurgia realizada no Hospital de Santa Maria pode ser a ponte de salvação para muitos doentes que sofrem de obesidade e aguardavam um processamento menos invasivo.

A cirurgia endoluminal já tinha sido testada há três anos, mas a partir de agora vai tornar-se uma opção no combate à obesidade, noticia o jornal Público. Em Portugal, o Santa Maria é o primeiro hospital público a realizar esta intervenção para o tratamento da obesidade de forma regular.

As primeiras quatro doentes foram operadas nos dias 3 e 6 de setembro, mas até ao final do mês estão previstas mais três intervenções, sendo que a partir de outubro estão programadas pelo menos três cirurgias destas todas as sextas-feiras – que acrescem às operações que se realizam com as técnicas clássicas.

No Santa Maria, as cirurgias à obesidade são feitas através de laparoscopia, uma técnica que também é não invasiva, mas que precisa de pequenas incisões para que os instrumentos sejam colocados no interior do corpo do doente.

No entanto, explica João Coutinho, diretor do serviço de cirurgia, a nova técnica vai mais além ao não precisar de incisões, já que os instrumentos são inseridos através da boca. A técnica está recomendada a doentes com um índice de massa corporal (IMC) entre os 35 e os 40.

Ao Público, o médico referiu que o procedimento “é feito através de um endoscópio especial com dois canais, em que num deles entra a agulha e o fio que vai fazendo as técnicas [de redução do estômago]. Fazem-se pregas na mucosa que vai diminuir o tamanho do estômago, fazendo um tubo gástrico que aumenta a saída dos alimentos”, descreve.

De acordo com o cirurgião, não é aplicado nenhum corte no estômago como acontece com o sleeve e o bypass, duas outras técnicas usadas no tratamento da obesidade, o que se torna crucial se houver necessidade de uma intervenção futura.

O especialista indica que a única desvantagem deste método é o facto dos pacientes demorarem mais tempo a perder peso – quando comparado com as técnicas tradicionais.

Porém, permite menos tempo de hospitalização, já que ao fim de quatro a cinco horas os doentes podem ter alta e, caso o médico considere que o doente não está a perder o peso que devia, pode refazer a técnica ou até usar um dos métodos clássicos.

João Coutinho espera chegar ao final do ano com 40 doentes operados através da cirurgia endoluminal, diminuindo assim o tempo que estes estão em lista de espera.

ZAP //

 

 

 

 

 

 

 

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