Santa Clara 1-2 Sporting | Redenção de Adán garante triunfo do leão

O Sporting digeriu da melhor forma a goleada sofrida durante a semana na Liga dos Campeões, na visita ao Marselha.

No reduto do Santa Clara, os “leões” não fizeram um grande jogo, limitando-se a marcar um golo na primeira parte, quando dominaram por completo, e fechar o resultado já perto do fim da partida, numa altura em que os açorianos ameaçavam o empate a cada ataque que realizavam.

Três pontos para os lisboetas, mas certamente um “raspanete” de Rúben Amorim aos seus jogadores. Morita e Nuno Santos marcaram para os lisboetas, Tagawa para os da casa nos descontos.

Jogo praticamente de sentido único na primeira parte. Os açorianos “deitaram-se” à frente da sua baliza e taparam os caminhos para o golo leonino. O Sporting, por seu turno, teve quase sempre a bola, mas a jogar num ritmo pausado, o que fazia prever alguns problemas para causar perigo perante o “autocarro” dos anfitriões.

Só que aos 29 minutos, Marcus Edwards rematou forte, Gabriel Batista defendeu, e Morita, de cabeça, fez a recarga vitoriosa de cabeça – marcou à antiga equipa e não festejou. Foi o segundo golo do japonês em duas jornadas.

Até ao intervalo, o ritmo pausado manteve-se, o domínio lisboeta também, mas o destaque recai numa excelente ocasião de Gabriel Silva para empatar, bem em cima do descanso, no único lance de verdadeiro perigo do Santa Clara na etapa inicial.

Curiosamente, o melhor em campo ao intervalo era o central leonino St. Juste em especial devido à grande capacidade de condução de bola, atingindo 304 metros de progressão, mas também porque falhou somente um de 71 passes (!) e fez seis variações de flanco.

O neerlandês, que estava a ser o melhor em campo, saiu no arranque do segundo tempo, poupado por Amorim, entrando Gonçalo Inácio. Os homens da casa, por seu turno, perante a desvantagem, mostraram-se mais afoitos e começaram a atacar mais, registando os seus primeiros remates da partida, ainda que os “leões” mantivessem o domínio da posse de bola.

Ainda assim era claro o desconforto de Rúben Amorim no banco leonino – e certamente dos adeptos —, que sentia o jogo à beira do descontrolo. O Sporting não conseguia voltar a ter o jogo nas mãos, o Santa Clara atacava com mais frequência, e aos 83 minutos, Adán fez uma defesa fantástica a remate de Bruno Almeida.

Em cima dos 90 minutos, Nuno Santos, com um grande remate de fora da área, fez o 2-0, e no quinto de compensação, Tagawa reduziu, lançando emoção final, mas de pouca dura.

Melhor em Campo: Kyosuke Tagawa

O atacante japonês entrou ao intervalo para fazer a cabeça em água à defesa leonina. O jovem de 23 anos não só marcou o golo do Santa Clara, já nos descontos, como fez dois passes para finalização, somou o máximo de acções com bola na área contrária (5) e ganhou um de dois duelos aéreos ofensivos.

Destaques do Sporting

Morita 6.7 – Num jogo com dois golos nipónicos, o primeiro da tarde pertenceu a Morita. O médio fez três remates, ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e entregou-se a tarefas defensivas, integrando-se também no ataque.

Nuno Santos 6.6 – Grande golo do ala leonino, que teve o condão de tranquilizar a equipa perto do fim, quando estava a ser alvo da pressão contrária. Tirando isso, destaque para cinco cruzamentos de bola corrida (máximo), mas nenhum eficaz.

Antonio Adán 6.5 – Após a catástrofe em Marselha, o espanhol cerrou os dentes e realizou uma excelente partida, tendo sido o principal culpado por o Santa Clara não ter chegado ao empate no segundo tempo, em diversas ocasiões. Adán fez cinco defesas e evitou 0,5 golos.

Paulinho 6.4 – O ponta-de-lança não marcou, mas ajudou bastante a equipa, ofensiva e defensivamente. Destaque para um passe de ruptura, dois dribles eficazes e quatro alívios.

Ugarte 6.2 – Um trabalhador incansável, fixou o máximo de recuperações de posse (10, a par de Gabriel Silva), fez três desarmes e duas intercepções e completou quatro de seis tentativas de drible (máximo).

St. Juste 6.2 – O central neerlandês foi o melhor da primeira parte, pela capacidade em conduzir a bola em progressão, acertou 78 dos 80 passes que realizou e, apesar de ter jogado apenas cerca de 50 minutos, somou o terceiro registo de acções com bola (91).

Coates 6.0 – O Sporting ganha outra consistência com Coates. O uruguaio fixou o máximo de acções com bola (123) e de passes certos (105 em 113), sendo três deles super aproximativos.

Edwards 6.0 – Uma verdadeira “serpente”, com cinco tentativas de drible, três delas completas. O inglês somou ainda dois passes para finalização e três remates.

Destaques do Santa Clara

Pedro Bicalho 6.1 – O médio esteve um pouco por todo o lado. Dono do máximo de intercepções da partida (4) e de três acções defensivas no meio-campo contrário, Bicalho fez ainda dois remates, ambos enquadrados.

Anderson Carvalho 6.0 – O “trinco” teve muito trabalho, sendo obrigado a realizar seis recuperações de posse e o máximo de desarmes do encontro (5).

Bruno Almeida 5.9 – O médio entrou para os últimos 15 minutos, fez dois remates, ambos fora da área, obrigou Adán a grande defesa e fez a assistência para o golo de Tagawa.

Resumo