Baixos salários, compadrio e corrupção travam regresso de emigrantes

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Os baixos salários, “o compadrio e a corrupção”, o sistema de saúde ou a “falta de apoio” são as principais razões pelas quais os emigrantes não ponderam voltar para Portugal, com 71% a adiar o seu regresso para mais tarde – ou mesmo para depois da reforma.

Segundo os resultados de um estudo da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, citados pelo Jornal de Notícias, dos 300 entrevistados, 18% não pretende voltar a Portugal, 43% prefere fazê-lo a médio/longo prazo, 28% quer aguardar pela reforma e só 11% se vê a regressar a curto prazo.

Dos inquiridos, 62% apontou que os “baixos salários em Portugal na mesma ocupação profissional” são o principal motivo para não regressaram. Seguem-se “os níveis de compadrio e corrupção”, com 30%; a “falta de oportunidade profissional”, com 27%; e os serviços de saúde, com 22%.

“A falta de reconhecimento social das competências/funções quando comparado com o reconhecimento do país de acolhimento” ficou nos 19%; os sistemas administrativos nos 16%; os sistemas político e judicial nos 11% cada; e a “falta de apoio ao regresso” e o facto de não quererem interromper o percurso escolar dos filhos nos 6%.

No mesmo estudo constatou-se, com base nas respostas, que 73% já investiu em Portugal (casa/negócio) ou considera fazê-lo.

Relativamente às eleições, 61% disse confiar no processo eleitoral para os portugueses residentes no estrangeiro, contra 40% que responderam que não confiavam no mesmo. Dos 300 entrevistados, 90,4% é favorável ao voto eletrónico.

A análise revelou igualmente que 60% considera que deveria haver um aumento do número de deputados do círculo da emigração no parlamento português e 90% é a favor da diáspora portuguesa poder votar nos referendos.

Os resultados mostraram ainda que 75% vota nas eleições presidenciais, 76% nas legislativas e 62% nas europeias. Mas só 25% vota nas eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas e 50% desconhece a missão daquele órgão.

Segundo o relatório do Observatório da Emigração, apresentado em 2021, e de acordo com estatísticas das Nações Unidas, em 2019 existiam cerca de 2,6 milhões de portugueses emigrados.

Participaram no inquérito 300 indivíduos, numa amostra dominada pela faixa etária entre os 40 e os 65 anos (60%). E são 26% dos 26 aos 40 anos. Entre os inquiridos, 40% são da nova vaga de emigração; 18% emigraram nos anos 60 e 70, e 11% são lusodescendentes.

ZAP //

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