Um 25 de Abril diferente na IL: 14 membros (ou mais) deixam o partido

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António Pedro Santos / LUSA

Rui Rocha com outros elementos da Iniciativa Liberal

Ala mais conservador da Iniciativa Liberal chegou ao seu limite quando foi partilhada a postura sobre a identidade de género.

Na sexta-feira houve votação no Parlamento de projectos-lei sobre a protecção de direitos das pessoas transexuais e homossexuais.

Partido Socialista, Bloco de Esquerda, Pessoas-Animais-Natureza e Livre apresentaram as propostas que foram aprovadas e que baixam à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. Só um projecto-lei do Chega foi reprovado.

A Iniciativa Liberal “deixou passar” estes documentos. Ou com votos a favor, ou com abstenções.

Essa postura não agradou a elementos da ala mais conservadora da Iniciativa Liberal, que decidiram deixar o partido, informa o Jornal de Notícias.

Duas das 14 pessoas que vão abandonar estavam no conselho nacional. E poderá haver mais saídas em breve, indica o Observador.

Consideram que os valores e a própria identidade do partido estão a desaparecer com decisões como esta sobre a identidade de género.

Os militantes que agora abandonam o partido acham que a Iniciativa Liberal está a ficar mais próxima da esquerda, afastando-se de ideais de direita.

“Não posso continuar a branquear um caminho com o qual não concordo, ao permanecer no partido. Não me revejo na estratégia, na política, nem na liderança”, alega Nuno Simões de Melo, dessa ala mais conservadora.

“Com o caminho que a IL está a fazer em direção à esquerda, cada vez mais entre o PS e o Livre, receio que os portugueses não compreendam aquilo que o liberalismo tem de bom, que é a liberdade individual, com um Estado fora da vida dos cidadãos e preocupado com as funções de soberania”, continuou.

Mariana Nina, membro do conselho nacional da Iniciativa Liberal, confirmou que “a gota de água” foram os votos a favor do projecto-de-lei do PS sobre a autodeterminação da identidade de género de crianças nas escolas.

João Pedro Silva apresentou outro motivo para o afastamento: “Defende-se a meritocracia mas muitas pessoas, promovidas pela comissão executiva, não têm dado grandes provas de mérito. Em alguns casos, estão a ser promovidas por outras razões, como laços pessoais ou amizades“.

Já Carlos Coelho acha que o partido “desviou-se da narrativa liberal para se centrar em questões como a despenalização de drogas e questões da moda que nos distraem do fundamental, que é definir um projecto para o país”.

Os avisos de desvincluações serão entregues nesta terça-feira, dia 25 de Abril.

ZAP //

5 Comments

    • Estás totalmente enganado. O liberalismo da IL é um liberalismo total, isto é, na economia e nas questões da sociedade. Há uma ala que apenas pretendia o liberalismo na atividade económica (os que agora saem). Esses têm outras alternativas (a ala mais à direita do PSD ou a ala liberal que ainda resta no CDS). O CHEGA não é liberal, nem na economia nem nas questões da sociedade. Talvez também por isso mesmo cresceu em muitos pontos do país à custa do PCP por estranho que possa parecer.

  1. A corrupção e a promiscuidade governam Portugal.
    Corrupção não é Liberdade.
    Está na hora do povo sair à rua e dizer basta ao que se está a passar.
    Desde a fraudemia Covid que é uma vergonha tudo o que se vem passando.

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