Estão fechadas as listas concorrentes às eleições açorianas e a novidade vem da vizinha Madeira. O JPP quer “ser a terceira força no Parlamento regional” dos Açores,
Se as eleições antecipadas estão a chegar a Portugal, antes ainda vêm as regionais dos Açores, marcadas para 4 de fevereiro, que trazem consigo uma novidade na atmosfera política.
Fechadas as listas concorrentes após o término do prazo de entrega esta terça-feira, o Juntos Pelo Povo (JPP), originalmente criado na Madeira, marcará presença no boletim de voto, num contexto de rutura dentro do partido Chega.
Até então, o partido legalizado em 2015 atuava confinado na ilha da Madeira, mas um dos dois deputados eleitos pelo Chega, Carlos Furtado, “mudou de equipa” e encabeça agora, como independente, a lista do JPP, que entra em força com objetivos audaciosos: quer ser a terceira maior força no Parlamento açoriano.
“Pretendemos ser a terceira força no Parlamento regional. Há condições para isso”, confessa, citado pelo Diário de Notícias, o padrinho da lista e fundador do extinto do PDA (Partido Democrático do Atlântico), Carlos Melo Bento.
No seu berço, a Madeira, o partido já atingiu este objetivo: é a terceira maior força, com cinco deputados em 47, atrás do PS (11) e da coligação PSD/CDS (23).
O diversificado boletim de voto para as eleições açorianas incluirá seis partidos (PS, PAN, Chega, BE, IL e JPP) e duas coligações (CDU e PSD-CDS-PPM).
O atual presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, pela coligação PSD-CDS-PPM, e outras lideranças partidárias, como as do PPM e CDS-PP, evidenciam a continuidade de algumas forças tradicionais na política açoriana, mas a entrada do JPP pode dividir as águas e introduzir novas dinâmicas.
A possibilidade de uma aparição conjunta dos líderes da coligação nacional PSD-CDS durante a campanha é outro ponto interessante, tal como a não imposição de “linhas vermelhas” pela coligação açoriana em relação ao Chega, que sugere uma abertura para futuras negociações e alianças — dependendo dos resultados eleitorais.