Rússia queixa-se de “roubo descarado” de 20 mil milhões

Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia

Sergey Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia

Em causa um apoio dado à Ucrânia através da devolução dos juros dos ativos russos congelados devido às sanções ocidentais.

Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira a libertação de 20 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros) para a Ucrânia, no âmbito de um empréstimo de 50 mil milhões de dólares prometido por países do G7, em colaboração com o Banco Mundial.

“Os Estados Unidos cumpriram o seu compromisso de outubro (…), transferindo estes fundos” para a iniciativa do Banco Mundial dedicada à Ucrânia, “através da qual serão disponibilizados” a Kiev, explicou o Departamento do Tesouro norte-americano, num comunicado.

Esta contribuição dos Estados Unidos — para um fundo aprovado pelo conselho executivo do Banco Mundial, em outubro, para apoiar a Ucrânia com contribuições dos Estados Unidos, Canadá e Japão — será reembolsada através da devolução dos juros dos ativos russos congelados devido às sanções ocidentais.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia não gostou desta decisão.

O Kremlin indica que este auxílio ao “falido regime de Kiev” vai ser feito com recursos que “foram roubados pelos países do G7” e é “nada mais nada menos do que um roubo descarado”.

“A legislação penal de qualquer país que se declare civilizado define o roubo como a apreensão ilegal de bens pessoais por um grupo organizado de pessoas mediante acordo prévio. Em linguagem simples, o G7 roubou dinheiro russo como parte dos preparativos para assumir o controlo de todos os ativos soberanos russos armazenados no Ocidente”, continua o comunicado.

E ficam novos avisos: “Nenhum truque pseudo-cool, ricamente temperado com hipocrisia e padrões duplos, ficará sem resposta. (…) O roubo de ativos russos atingirá os próprios EUA e os seus satélites, desestabilizando a já desvanecida “ordem mundial baseada em regras””, lê-se.