Lavrov: Rússia quer acabar com a guerra. “Sou pela paz”

Ministro russo avisa que o Kremlin vai apresentar provas sobre “o que aconteceu neste ano”. Ex-comandante do Grupo Wagner pede desculpa.

A Rússia quer acabar com a guerra na Ucrânia. Mas o conflito ainda continua porque o Kremlin está a reagir às acções do Ocidente.

Esta foi a versão deixada por Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

Citado pela Sky News, Lavrov avisa que as forças armadas russas vão responder à entrega de armas à Ucrânia por parte do Ocidente.

Já em entrevista à agência Ria, o ministro assegurou: “Sou pela paz, inequivocamente. Sou pela paz. Não me lembro de quem disse: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”.

E acrescentou que o Kremlin está sobretudo a pensar no povo: “Todos nós queremos que isto acabe. Mas não é o factor tempo que importa aqui – o que importa é o factor essência, o factor da qualidade dos resultados que damos para o nosso povo, para aquelas pessoas que querem continuar a fazer parte da cultura da Rússia cultura e a quem a Kiev tem estado por muitos anos a encorajar o Ocidente de privar de tudo o que é russo”.

A União Europeia vai em breve anunciar um pacote de 400 milhões de euros de apoio à Ucrânia.

Lavrov deixou críticas à “racista e nazi” Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que disse que o desfecho da guerra deveria ser a derrota da Rússia: “E disse que deveria ser uma derrota tal que a Rússia não conseguiria restaurar a sua economia durante muitas décadas. É isso não é racismo, não é nazismo?”, questionou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia avisou ainda que o Kremlin está a preparar a publicação de “reportagens sobre o que aconteceu neste ano”.

“São sobre o que conseguimos detectar; não são apenas os programas biológicos militares dos EUA, que estão a tentar desmentir. Mentem, como sempre. E não são apenas sobre a participação directa dos EUA nas explosões no Nord Stream. Há muitas coisas para lembrar e mostrar como os Estados Unidos conseguem a sua hegemonia”.

Serguei Lavrov disse também que, se houver eventos a favor da Ucrânia para assinalar o primeiro ano da guerra (24 de Fevereiro), a Rússia vai ofuscar esses eventos – sem explicar como.

“Desculpem. Não sou aquela pessoa”

Andrei Medvedev foi comandante do Grupo Wagner, lutou pelos russos na Ucrânia, mas está arrependido.

“Muitos consideram-me um canalha, um criminoso, um assassino. Em primeiro lugar, repetidamente, quero pedir desculpa e embora não saiba como poderá ser recebido, quero dizer que lamento”, assumiu, na agência Reuters.

Andrei Medvedev fugiu da Rússia e agora vive na Noruega: “Quero explicar que já não sou aquela pessoa. Sim, servi no Grupo Wagner. Há alguns momentos de que as pessoas não gostam, incluindo ter-me juntado ao grupo, mas ninguém nasce inteligente”.