Há “um risco persistente e significativo” de um ataque da Rússia às infraestruturas críticas submarinas, nomeadamente aos cabos que sustentam a Internet mundial. O alerta é de um alto responsável da NATO quando os navios espiões russos aumentaram a atividade, incluindo na costa portuguesa.
“A Rússia está a mapear activamente a infraestrutura crítica dos Aliados, tanto em terra como no fundo do mar”, e “esse esforço é apoiado pelos serviços de Inteligência militar e civil” russos, avisa o secretário-geral adjunto de Inteligência e Segurança da NATO, David Cattler, citado pela agência Bloomberg.
Isto coloca “um risco persistente e significativo” quanto a um possível ataque russo a estas infraestruturas, salienta também Cattler.
“Há preocupações crescentes de que a Rússia possa ter como alvo cabos submarinos e outras infraestruturas críticas, num esforço para interromper a vida ocidental e ganhar vantagem contra as nações que estão a dar apoio à Ucrânia”, alerta o responsável de Inteligência e Segurança da NATO.
Nos últimos tempos, têm sido constantes as movimentações de navios russos em acções de espionagem, nomeadamente ao longo da costa portuguesa. Foi o que ocorreu aquando da recente polémica com o navio Mondego, em que a tripulação se recusou a embarcar para acompanhar um destes navios russos por falta de segurança.
O almirante Gouveia e Melo, Chefe do Estado-Maior da Armada, disse à RTP1 que o navio russo estava “a acompanhar e a medir os cabos submarinos”, como cita a Bloomberg.
Navios espiões russos em alta
As acções de espionagem fazem parte de um programa de reconhecimento submarino do ministério da Defesa russo, ao qual estão alocados consideráveis recursos.
Em Abril passado, uma investigação conjunta de canais de televisão dinamarqueses, finlandeses, suecos e noruegueses apurou que navios militares russos estavam a mapear as infraestruturas submarinas no mar do Norte e no Báltico.
A par disso, “as patrulhas da Rússia no Atlântico estão em alto nível“, como não víamos há muitos anos, constata Cattler.
Os receios de que a Rússia possa cortar a Internet mundial, cortando os cabos submarinos que suportam mais de 90% das comunicações mundiais, são anteriores à guerra na Ucrânia. Mas o conflito agudizou-os e estão em xeque transacções financeiras de milhões e milhões de euros todos os dias.
A NATO ficou ainda mais alerta depois das explosões misteriosas no gasoduto Nord Stream. EUA e União Europeia culparam a Rússia, mas esta descartou culpas e há várias teorias sobre o que pode ter acontecido. O que é certo é que há sinais de sabotagem.
As dificuldades em monitorizar este tipo de estruturas submarinas, bem como de identificar potenciais atacantes das mesmas, agravam ainda mais a situação.
Atenta a tudo isto, a NATO criou, recentemente, uma unidade de coordenação da infraestrutura submarina que é liderada pelo Tenente General Hans-Werner Wiermann. O objectivo é melhorar a segurança dos sistemas críticos dos Aliados e identificar comportamentos suspeitos nas suas proximidades.
Não entendo bem para quê mapear algo que já está mapeado e é de acesso internacional nos mapas de navegação marítima…..seja para quem for, é de compra livre