Rússia conseguiu “em grande medida” desmilitarizar a Ucrânia (que tem cada vez mais armas)

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Oleg Petrasyuk / EPA

A Rússia considerou hoje que o objetivo de desmilitarizar a Ucrânia, declarado quando invadiu o país vizinho há quase 16 meses, foi já alcançado “em grande medida”.

“A Ucrânia está a utilizar cada vez menos as suas próprias armas e cada vez mais os sistemas de armas fornecidos pelos países ocidentais”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Como resultado, uma das tarefas que o lado russo se tinha proposto “foi de facto cumprida em grande medida”, referiu, citado pela agência espanhola EFE.

Peskov insistiu que a Ucrânia estava “fortemente militarizada” há um ano e meio, o que já não se pode dizer agora.

O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o que Moscovo continua a chamar de “operação militar especial” na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país.

A operação destinava-se também a proteger a população russófona do Donbass, no leste da Ucrânia, uma região constituída por Donetsk e Lugansk.

Putin disse, esta semana, que os objetivos da guerra tinham sido adaptados ao longo da campanha, mas sem alterações fundamentais.

Denis Pushilin, líder de Donetsk imposto pela Rússia, comentou as declarações deste domingo do porta-voz do Kremlin, dizendo que Dmitri Peskov se referia apenas às armas que a Ucrânia já tinha e que foram destruídas.

“Nesta parte, a desmilitarização foi concluída, mas isso não significa que a desnazificação não deva ser efetuada”, disse Pushilin, citado pela agência russa TASS.

Noutras declarações, citadas pela RIA Novosti, o líder pró-russo insistiu que a conclusão da desmilitarização não impedirá a Rússia de continuar a libertar territórios nas regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.

A Rússia anexou Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia em setembro, cerca de sete meses depois do início da guerra. Moscovo já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014, quando começou a guerra separatista no Donbass, com apoio russo.

Kiev e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas à Ucrânia.

A Ucrânia tem em curso uma contraofensiva nas zonas ocupadas pelas forças russas, que tem provocado baixas elevadas para os dois lados, disse hoje o Ministério da Defesa britânico.

“No sul, as forças russas conduzem frequentemente operações defensivas relativamente eficazes. Ambos os lados estão a sofrer baixas elevadas, sendo as perdas russas provavelmente as mais elevadas desde o pico da batalha de Bakhmut em março”, afirmou.

Numa avaliação diária divulgada pelo Ministério da Defesa, os Servicos secretos britânicos disseram que continuam a registar-se combates intensos, sobretudo “nas regiões de Zaporijia, na zona ocidental de Donetsk e em torno de Bakhmut”.

“Em todas estas áreas, a Ucrânia continua a realizar operações ofensivas e registou pequenos progressos”, acrescentaram.

Aa informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.

// Lusa

1 Comment

  1. Um idiota será sempre um idiota, dizer que a Ucrania tem menos armas agora que em Fevereiro de 2022 é algo que se pode considerar uma piada. Mas estes russos já nos habituaram ao ridiculo das suas afirmações pelo que nada do que vier daqueles lados pode ser considerado verdade. Obviamente o mesmo se pode dizer de alguns papagaios russos que andam pelas Tvs portugueses , nomeadamente um tal militar de nome Agostinho Costa, tem a sua cassete formatada , a ultima que o ouvi dizer era que 50% dos tanques fornecidos pelo Ocidente tinha sido destruidos pelos russos e que estavam a caminho de Moscovo para serem exibidos e certamente também os que os portugueses deram. Será que a vergonha não tem limites?

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