Rússia arrisca maior isolamento por agressão “inaceitável”

patquinnforillinois / Flickr

Joe Biden, vice-Presidente dos EUA

Joe Biden, vice-Presidente dos EUA

 

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu esta sexta-feira, durante uma visita a Kiev, que a Rússia arrisca um maior isolamento e possíveis novas sanções por causa da agressão “inaceitável” no leste da Ucrânia.

“É simplesmente inaceitável que no século XXI países tentem redefinir pela força as fronteiras na Europa (…) ou intervenham militarmente porque não gostam da decisão que o vizinho tomou”, afirmou Biden, após um encontro com o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

O representante norte-americano advertiu igualmente que a Rússia não cumpriu os compromissos assumidos em setembro na capital bielorussa de Minsk, onde foi assinado um acordo de cessar-fogo.

“Enquanto isso continuar, a Rússia irá enfrentar custos elevados, maior isolamento”, frisou.

Moscovo nega apoiar militarmente os separatistas que lutam na região leste da Ucrânia, mas o Ocidente continua a acusar a Rússia de envolvimento, o que está a provocar a pior degradação das relações diplomáticas desde o final da Guerra Fria.

Biden visitou Kiev por ocasião das comemorações do primeiro aniversário do início dos protestos populares da praça Maidan, que acabaram por derrubar o regime pró-russo do então Presidente ucraniano Viktor Ianukovich.

As cerimónias de hoje foram marcadas pelos ânimos mais exaltados de algumas pessoas. Quando o Presidente Poroshenko depositou uma coroa de flores em memória das vítimas dos protestos foi vaiado por algumas dezenas de pessoas.

“Vergonha! Porque é que ninguém foi punido?“, gritaram as pessoas, algumas familiares das vítimas.

“Poroshenko, onde estão os assassinos dos nossos filhos?”, lia-se num cartaz, segundo as agências internacionais.

O movimento Maidan começou após o pró-russo Ianoukovitch ter renunciado a um acordo de associação com a União Europeia (UE), em benefício do reforço da cooperação com Moscovo.

Reprimido pelas forças de segurança do regime pró-russo, o movimento de contestação ficaria marcado pela morte de uma centena de pessoas.

Os líderes ucranianos esperavam que Biden aproveitasse esta vista a Kiev para anunciar uma ajuda adicional dos Estados Unidos para as forças ucranianas que combatem no leste.

Washington tem limitado o seu apoio a uma assistência não letal, mas Kiev quer que a ajuda vá mais longe, nomeadamente com o fornecimento de armas de munições.

Durante a conferência de imprensa na capital ucraniana, Joe Biden não fez qualquer menção direta sobre este assunto, mas o gabinete do vice-presidente norte-americano informou, num comunicado, que a Casa Branca prometeu mais 20 milhões de dólares (cerca de 16 milhões de euros) para apoiar reformas ao nível da justiça e mais três milhões de dólares (2,4 milhões de euros) em ajuda alimentar e apoio aos deslocados.

/Lusa

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