Investigação sugere que a Rússia está a construir uma arma laser anti-satélite gigante perto de Zelenchukskaya, na zona sudoeste do país.
Em novembro de 2021, a Rússia lançou um míssil anti-satélite para demonstrar a sua capacidade de abater satélites espiões.
O que era suposto ser uma demonstração de destreza técnica revelou-se um exercício potencialmente imprudente que pôs em perigo até a vida dos astronautas da Estação Espacial Internacional, segundo relembra a Interesting Engineering.
Estimativas sugerem que a demonstração gerou 1.500 peças de lixo espacial que voaram a velocidades supersónicas. A Rússia poderá não ter de adotar uma abordagem tão radical no futuro se a sua alegada arma anti-satélite for online.
Com o aumento dos drones, os militares estão a adotar novos métodos para os combater, tais como bloquear os sinais de entrada ou simplesmente disparar os drones com lasers até derreterem ou os seus circuitos queimarem. Agora, a Rússia está a planear utilizar um laser capaz de cegar também os satélites.
De acordo com uma investigação realizada com informação de domínio público, o Ministério da Defesa russo está a construir uma instalação perto do radiotelescópio RATAN-600 em Zelenchukskaya — o projeto chama-se Kalina.
Segundo a investigação publicada em The Space Review, as instalações foram planeadas há muitos anos, mas as imagens Google Earth mostram que a construção começou recentemente num complexo de vigilância espacial que é operado pelo Ministério da Defesa russo.
Mais detalhes disponíveis em documentos de patentes e aquisições mostram que o projeto Kalina dispõe de um sistema de localização com ótica adaptativa, o que vai ajudar a atenuar as perturbações atmosféricas.
Além disso, a arma laser terá o seu próprio sistema para detetar a luz refletida do seu alvo, para que possa concentrar-se na ótica de forma precisa.
Embora as tentativas anteriores de utilização de lasers tenham tido como objetivo cegar temporariamente os satélites, a Rússia está a ir a todo o vapor com lasers tão brilhantes que danificam permanentemente os sensores.
O objetivo da Rússia de atingir satélites pode também ter sido uma resposta a experiências recentes com as “operações militares” na Ucrânia.
Os serviços de Internet Starlink do SpaceX destruíram a campanha de informação russa na Ucrânia, ao mesmo tempo que o SpaceX estava a resistir às tentativas de invadir e bloquear os seus satélites na região.
O CEO do Space X, Elon Musk, já revelou que a sua empresa podia colocar satélites mais rapidamente do que um adversário os podia derrubar.
Com o alvoroço internacional sobre o teste anti-satélite, é provável que a Rússia esteja à procura de formas menos explosivas de combater as ameaças dos satélites e o projeto Kalina parece ser um passo nessa direção.
Tal como David Thompson, General da Força Espacial, tinha admitido no ano passado, a Rússia e a China têm vindo a focar-se nos satélites dos EUA, e com a China também a desenvolver ferramentas para combater os satélites, poderão estar mais perto do que nunca de os conseguir destruir.
Então é melhosr os USA e os ocidentais se adiantarem também. Se os russos conseguirem isso, de certeza que a primeira coisa que vão fazer é arrasar com os satélites americanos e de outros países ocidentais.