Russas ameaçam ir para a linha da frente e trazer os maridos para casa

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Esposas de soldados russos estão a ameaçar ir para a linha da frente na Ucrânia e trazer os maridos de volta para casa após uma operação que deixou múltiplos feridos, de acordo com vídeos que circulam nas redes.

No vídeo, publicado no Telegram do Verstka, ouve-se uma mulher a dizer aos oficiais para devolverem os maridos ou então seriam “despedaçados”, relatou a Newsweek.

Segundo a publicação, mais de 20 familiares de homens convocados para lutar na Ucrânia, no âmbito da mobilização parcial decretada pelo Presidente Vladimir Putin, a de 21 de setembro, dirigiram-se na quarta-feira a uma unidade militar na cidade de Valuyki, em Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia, exigindo respostas.

Os familiares, das regiões de Voronezh, Kursk e Belgorod, disseram que os homens tinham sido atacados em Makiivka, uma cidade na região de Donetsk, na Ucrânia. Relataram ainda que muitos ficaram feridos e exigiram que os seus maridos regressassem a casa.

Os sobreviventes do ataque tentam regressar a pé à região de Belgorod – uma distância de cerca de 150 quilómetros -, muitos a carregar os feridos às costas.

As mulheres pediram aos oficiais russos que fossem buscar os deslocados de carro, ameaçando irem elas próprias à Ucrânia para os levar para casa caso os militares se recusassem a ajudar.

Noutro vídeo, um grupo de mulheres exigia respostas após a aparente retirada das forças de Putin da cidade de Kherson, na Ucrânia.

No vídeo, as mulheres falam com um homem, supostamente um administrador da cidade. “Esposas de soldados mobilizados de Kursk numa discussão com a administração da cidade”, pode ler-se na legenda da publicação.

“Os homens foram enviados para a linha da frente, as suas unidades foram destruídas uma a uma, pelo que alguns se retiraram para Starobilsk. Note-se a linguagem utilizada pelo representante da administração”, lê-se ainda.

O Meduza, sediado na Letónia, também informou na quinta-feira que familiares de russos enviados para a Ucrânia com pouca ou nenhuma formação exigiam que voltassem a casa.

Os residentes de Vologda, na Rússia, apelaram ao governador regional para que os seus familiares, mobilizados no início de outubro, foram enviados para a região de Luhansk, na Ucrânia, e transferidos para a linha da frente perto de Svatovo.

“Os rapazes ficaram presos numa armadilha, foram mortos tanto pelo inimigo como pelo nosso exército russo”, referiram os familiares.

ZAP //

2 Comments

  1. Por um lado é bom constatar-se que o direito ao protesto continua a existir na Rússia. Mas, por outro lado, ainda não se sabe fazer a distinção entre informação e propaganda?…E que o papel dos orgãos de comunicação social é informar?…

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