Rusgas, combustíveis e perdões. Início da nova era Trump com “mais de 100 medidas” para Dia 1

Will Oliver / EPA

O comício de Trump em Washington D.C. este domingo já contou com celebrações do novo mandato

Este domingo, Donald Trump comprometeu-se a emitir “perto de 100” ordens executivas no seu primeiro dia de mandato. Tomada de posse tem lugar esta segunda feira.

Na véspera da sua tomada de posse, que vai decorrer na tarde desta segunda feira,Trump já festejou o seu segundo mandato na Casa Branca no domingo, num comício em Washington D.C.

“Amanhã, ao meio-dia, fecha-se o pano sobre quatro longos anos de declínio americano e começamos um novo dia de força e prosperidade, dignidade e orgulho americanos”, disse o Presidente eleito, citado pelo The New York Times. Disse ainda que o presidente que termina esta segunda feira o seu mandato, Joe Biden presidiu a “uma administração falhada. Não vamos continuar a aceitar isso”.

Trump está a planear emitir dezenas de ações executivas. Segundo diz, quer aplicar mais de 100 no primeiro dia de mandato. “A sua cabeça vai andar à roda quando vir o que vai acontecer”, assegurou o novo presidente.

O novo chefe de gabinete adjunto de Trump para a política, Stephen Miller, adiantou já algumas das propostas que os republicanos querem implementar já no “dia 1”, que a administração promete que serão “rápidas e muito intensas”.

“Com o toque da minha caneta, vou revogar dezenas de ordens executivas e ações destrutivas e radicais da administração Biden e, amanhã a esta hora, todas elas serão nulas e sem efeito”, disse Trump.

Como aponta a CNN, um dos seus primeiros enfoques deverá ser a emissão de perdão para os assaltantes do Capitólio, a 6 de janeiro de 2021. “Amanhã, todos nesta grande arena ficarão muito felizes com a minha decisão sobre os reféns do J6”, garantiu Trump, utilizando a alcunha dada aos cerca de 1600 acusados de participar na invasão.

Ainda assim, emitir esses perdões será, segundo a CNN, um feito judicial complicado de atingir, e até o próprio vice-presidente eleito, JD Vance, reconheceu que os assaltantes acusados de violência não deveriam ser perdoados.

Outro, como seria já expectável, é a imigração. O presidente eleito promete rusgas de imigração que poderão começar quase de imediato nos grandes centros metropolitanos.  O novo presidente quer também declarar emergência nacional na fronteira, para acelerar o processo de deportações há muito prometido.

“Verá aviões de remoção, relatos de detenções, ações do ICE (Agência de Controlo da Imigração e das Alfândegas) em jurisdições santuárias”, promete uma fonte da administração.

“Quando o sol se puser amanhã à noite, a invasão das nossas fronteiras terá parado”, garantiu em Washington D.C. o novo presidente. “As medidas de segurança fronteiriça que irei delinear no meu discurso de tomada de posse amanhã serão o esforço mais agressivo e abrangente para restaurar as nossas fronteiras que o mundo alguma vez viu”.

Também no setor da energia a nova administração americana promete revolucionar de imediato as medidas instituídas por Biden.

O The Washington Post  já noticiara que Trump estava a considerar a possibilidade de emitir uma ordem executiva que reverteria muitas das políticas energéticas de Biden no Alasca, como as restrições à perfuração de petróleo e gás no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico.

Espera-se ainda que Trump se retire do acordos de Paris que visam a proteção ambiental. Deverá ainda acabar com a pausa na exportação de gás natural liquefeito, suspensa por Biden em 2022 devido aos elevados preços da energia.

Trump deverá também reduzir os regulamentos e a supervisão dos projetos de combustíveis fósseis.

A tomada de posse de Donald Trump, a decorrer na tarde desta segunda feira, vai contar com protocolos cerimoniais, incluindo um juramento sobre a bíblia, bem como variadas performances musicais.

Para representar Portugal, vão Estar presentes um embaixador e o dirigente do partido Chega, André Ventura, que já se encontra em solo americano. O dirigente partidário foi convidado por estar integrado na família política de extrema-direita europeia, o Patriotas pela Europa, a quem foi dirigido um convite coletivo.

Segundo a Lusa, da União Europeia, nenhum dos altos representantes das instituições recebeu convite para a cerimónia, incluindo os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, confirmaram fontes internas.

A primeira-ministra italiana de extrema-direita, Giorgia Meloni, será a única líder dos 27 Estados-membros da UE presente.

Ao contrário do que é comum, esta tomada de posse não deverá contar com uma conferência de imprensa.

ZAP //

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