Depois das críticas de Nuno Melo e do CDS-PP, o Ministério da Educação esclareceu polémica sobre Rui Tavares e explicou que o fundador do Livre “não é professor do projeto #EstudoEmCasa”.
Numa aula de História e Geografia de Portugal da Telescola, para o 2.º Ciclo, surgiu um vídeo do historiador Rui Tavares, fundador do partido Livre. O CDS-PP entende que a utilização de um excerto do programa do historiador é inaceitável.
A polémica surgiu rapidamente nas redes sociais e motivou duras críticas por parte de Nuno Melo, que referiu que a utilização do excerto de seis minutos era uma exercício de destilação de “ideologia”, “transformando alunos em cobaias do socialismo”, e “uma aviltante e ignóbil revolução cultural em marcha que pais sem recursos não podem evitar”.
“Política travestida de educação. Miséria“, escreveu o eurodeputado do CDS no Twitter.
Segundo o Expresso, poucas horas depois, o CDS entregou na Assembleia da República uma pergunta ao Governo, argumentando que o fundador do Livre tinha feito uma “análise política e crítica (e, por isso, deturpada)”.
Por esse motivo, pediu explicações ao ministro da Educação sobre se considera “aceitável a escolha de um político, independentemente do partido a que pertença, para ministrar aulas neste projeto”. E continua: explique se não considera que as aulas de História “devem ser dadas de forma politicamente isenta”, e adiante que “medidas vão ser tomadas no sentido de corrigir esta situação, de modo a que não se repita”.
De acordo com o Polígrafo, um internauta também acusou Rui Tavares de se ter referido ao Império Português como um “período negro”. No entanto, a expressão não foi usada pelo historiador
Ainda assim, o fundador do Livre respondeu no Twitter: “O episódio não é sobre o Império, mas sobre a Exposição do Mundo Português. A expressão ‘período negro’ não aparece. Porque mente? Porque usa um screenshot [captura de ecrã] e não o link aberto, para que todos possam ver que são contextualizados argumentos do regime, oposição e observadores? Não vale tudo“.
O líder partidário também argumentou, na mesma rede social, que não deu qualquer aula na Telescola. “Eu não dei aulas na telescola! As professoras da telescola decidiram usar um episódio de um programa meu. Está aqui, veja por si se não equilibra e contextualiza os argumentos de regime, oposição e observadores externos”, explicou.
Entretanto, o Governo reagiu à polémica e, numa nota enviada ao Expresso e ao “Polígrafo SIC”, o Ministério da Educação garante que o dirigente do Livre “não é professor do projeto #EstudoEmCasa” e que o recurso aos conteúdos da RTP é prática corrente neste e nos outros anos letivos.
“No caso, trata-se do excerto de 5 minutos de um programa de História, exibido na RTP2 em 2018, e disponível na plataforma RTP Ensina, à qual os docentes recorrem com regularidade para utilizarem nas suas aulas (presenciais ou não presenciais)”, completa a fonte oficial.
No tempo do Salazar creio que processos destes nunca foram tão longe!
Direita ressabiada a usar a táctica de Trump e Bolsonaro; se resulta nesses países, porque não aqui?