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Com Negrão e Santana, Rui Rio já trabalha na união do PSD

Estela Silva / Lusa

Rui Rio, então presidente da Câmara do Porto, com Pedro Santana Lopes, então presidente do PSD, num comício em 2005

O 37º Congresso do PSD começa hoje na antiga FIL e é esperada uma grande renovação.

Fernão Negrão, que apoiou Santana Lopes na corrida à liderança, vai assumir um papel de união no PSD. Ontem, quando anunciou a candidatura – que disse “agradar” a Rui Rio – fez questão de referir que o deputado Adão Silva, também falado como um dos potenciais candidatos à liderança da bancada, e muito próximo de Rui Rio, será o seu primeiro vice-presidente no grupo parlamentar.

Com Fernando Negrão, Rui Rio tenta dissipar o descontentamento com o afastamento de Hugo Soares, já que Negrão é um deputado com um vasto currículo e reconhecido entre os pares, segundo o Diário de Notícias.

No entanto, segundo o Observador, o antigo diretor da Polícia Judiciária não reúne consenso entre os colegas de bancada. “Acho que foi um erro grave ter derrubado administrativamente Hugo Soares que estava a ter um excelente desempenho”, começa por dizer Carlos Abreu Amorim.

O mesmo afirma o açoriano Carlos Costa Neves, que na reunião da bancada parlamentar do PSD em que Hugo Soares anunciou a convocação de eleições, foi um dos que saiu em defesa da continuidade do líder demissionário.

“Há um momento para divergir e convergir. Depois das eleições internas, era momento de convergir. A continuidade de Hugo Soares seria um sinal de convergência e justificava-se, até porque a equipa tem corrido bem. Rui Rio teve outro entendimento e agora terá um caminho mais complexo“, sugere o ex-ministro da Agricultura de Santana Lopes.

No entanto, Costa Neves enaltece o “perfil forte, que merece respeito“, apontando esta como uma “alternativa consistente”.

Perante os 750 delegados do congresso, Rui Rio deverá assumir outras escolhas que, de acordo com o pensamento do líder eleito do partido, promovam a coesão, mas também não faltarão algumas ruturas.

Para já, no entanto, Rui Rio tem promovido a coesão dentro do partido. A escolha de Santana Lopes para encabeçar a lista ao órgão máximo entre congressos mostra bem isso. Além do mais, a decisão segue a linha de Pedro Passos Coelho, que também convidou Paulo Rangel para esse lugar.

Com o convite, o líder eleito mostra que não exclui quem tem valor.

Rui Rio quis que a união do PSD, na medida do possível, começasse antes de tomar posse como líder do partido. O 37º Congresso do PSD começa hoje na antiga FIL, na Junqueira.

ZAP //

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