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Rui Pinto acusa Luís Filipe Vieira de estar envolvido em esquemas de corrupção no Brasil

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Mário Cruz / Lusa

Rui Pinto disse ao Ministério Público haver provas de que a Doyen, fundo de investimento que financiava passes de jogadores de futebol, financiou voos em jatos privados a Luís Filipe Vieira e ao filho. Em causa estão viagens entre Portugal e o Brasil.

O pirata informático foi ouvido o ano passado – numa altura em que ainda estava em prisão preventiva no âmbito do processo pelo qual está agora a ser julgado – no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), declarações às quais o jornal Público teve acesso.

Rui Pinto afirmou que havia ligações entre a Odebrecht, a construtora brasileira condenada por corrupção no Brasil no processo Lava Jato, o grupo Promovalor, de Luís Filipe Vieira, e a Doyen, empresa que foi alvo de um ataque informático.

Na altura do depoimento o pirata não tinha acesso à documentação a que se referia, mas garantiu que os ficheiros que davam conta das ligações e dos pagamentos das viagens estavam armazenados na cloud do jornal alemão Der Spiegel.

O departamento de comunicação do Benfica, contactado pelo Público, desvaloriza as declarações do hacker português. “Luís Filipe Vieira não comenta declarações e investigações que desconhece, sobretudo declarações vindas de alguém que já nos habituou a manipular informação, que dispara em todas as direções e que falseia repetidamente a realidade”, pode ler-se resposta enviada por escrito ao Público.

Segundo o Público, a Doyen Investment Sports, apresentou uma queixa-crime por tentativa de extorsão, um dos 90 ilícitos que o Ministério Público acusa Rui Pinto. Neste caso, a Doyen é assistente da acusação e pede uma indemnização de 7500 euros ao hacker.

O Público tentou recolher declarações da Doyen, mas não obteve resposta ao seu contacto. A Doyen é, segundo um trabalho do Expresso, “a marca escolhida pela família Arif, com origens na Turquia e no Cazaquistão, para entrar no futebol europeu”.

Rui Pinto, que se encontrava detido, foi ouvido pelos procuradores que investigavam as suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais que recaem sobre a Odebrecht em Portugal, uma empresa que está a ser investigada no âmbito na construção da Barragem do Baixo Sabor, por suspeitas de pagamento de contrapartidas de 4,6 milhões, destinados a ganhar o concurso de construção.

A audição do hacker foi motivada pela publicação de um post na sua conta de Twitter que chamou a atenção dos magistrados responsáveis pela investigação à Odebrecht. O pirata informático assumiu ter detetado “algumas conexões entre factos apurados no processo Lava Jato e Portugal, por exemplo no caso Odebrecht” – revela o Público.

O autor do Football Leaks garantiu, em depoimento, que estes elementos eram totalmente desconhecidos das autoridades, e que poderiam “abrir novas frentes de investigação”. Contudo lamentou que o Ministério Público português não quisesse investigar, colocando-se  à disposição das autoridades brasileiras.

Ainda assim, Rui Pinto garante que a Intercept Brasil, um órgão de investigação jornalística que também teve acesso aos documentos, não publicou qualquer notícia.

Segundo o processo consultado pelo Público, Rui Pinto admitiu aos procuradores ter ficado com a ideia de que se tratava de “um esquema envolvendo as empresas “Doyen Capital LLP”, “Promovalor”, de Luís Filipe Vieira, e a “Odebrecht” no Brasil”.

No seu depoimento, Rui Pinto disse ter sido publicada uma notícia, e um press release da empresa Promovalor com o título “Reserva do Paiva”, que deixava no ar a ligação entre a Odebrecht Brasil e a Promovalor, “deixando de fora a “Doyen Capital LLP” – que era parte integrante do consórcio”.

De acordo com Público esta foi a chave para que o pirata informático considerasse a ideia de que “não se pretendia que essa ligação (à Doyen) viesse a público, tornando-se conhecida”.

ZAP //

5 Comments

  1. Estranho, este miúdo só sabe coisas do Vieira ou existe interesses em só falar do Vieira!!!

    Quem lê as noticias hoje em dia chega a conclusão que o Vieira não é santo mas é impossível ser 1/3 do que dizem, porque se realmente fosse 1/2 do que pintam, estas noticias não saiam cá para fora e se ele tivesse provas ja não respirava.

  2. Espero que em matéria de Futebol e “escândalos”, não se esqueça dos apitos dourados e muitos outros casos, mesmo se lhe doer o coração em denunciar outro Pinto que de santo nada tem !…se pretende ser altruísta nas denuncias, que o seja para todo o Universo do Futebol !

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