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Rui Moreira não queria que a sua candidatura “fosse contaminada ou apropriada por alguém”

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Rui Moreira / Facebook

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira

O presidente da Câmara do Porto e candidato independente às eleições autárquicas de 1 de outubro, Rui Moreira, disse esta quinta-feira que não podia permitir que a sua candidatura “fosse contaminada ou apropriada por alguém”.

Em entrevista ao Observador, Rui Moreira revelou que se sentiu “incomodado” com o apoio do Partido Socialista, e que os seus conselheiros chamaram a atenção para o facto de estarem a “perder o controlo da situação“.

“Havia um conjunto de pessoas que começava a não perceber o que estava em jogo. Parecia de repente que a nossa candidatura, que era uma candidatura independente e que tinha o apoio do PS, estava a ser invertida. Parecia que afinal era uma candidatura do PS e que era apoiada pelo movimento independente. Esta é a lógica dos partidos. Não é a nossa. Aquilo que essas pessoas disseram foi: ‘Se é assim, temos de abdicar do apoio do PS’. Que é completamente diferente de dizer: Houve rutura”, destacou Rui Moreira.

“Não podíamos deixar que esta nossa candidatura fosse de alguma maneira contaminada ou apropriada por alguém. Desde o princípio, quando foi anunciado o apoio, se é um apoio sem condições, muito bem”, sublinhou o presidente da Câmara do Porto.

Apesar de toda a polémica ao longo da última semana, Rui Moreira admite ao Observador que sem o PS, as eleições não serão mais fáceis: “Sei perfeitamente que hoje o caminho para uma eventual vitória nas eleições é muito mais difícil do que era há quinze dias”.

Para Rui Moreira, a número dois do PS, Ana Catarina Mendes, “condicionou o apoio a uma negociação de listas”.

“Nada disto tem a ver com as celebrações, ou com o facto de o PS fazer contagem de votos. A questão é ela ter dito especificamente que era um apoio condicionado à participação nas listas, o que aliás ontem foi reafirmado pelo Dr. Manuel Pizarro”, afirmou.

Deste modo, Rui Moreira quis abdicar do apoio do PS nas autárquicas e o PS avança com Manuel Pizarro como candidato do partido à Câmara do Porto.

“A decisão e atitude do dr. Rui Moreira [em não aceitar o apoio do PS] é legítima, como é legítima a posição do PS”, afirmou Pizarro, acrescentando que aceita o convite do partido para ser candidato com “muito gosto”.

Manuel Pizarro destacou que é “mais proveitoso” manter uma amizade com o Rui Moreira do que “ficar num casamento onde uma das partes não se quer manter”.

A intervenção de António Costa terá sido decisiva para este desfecho, adianta o jornal Público, que diz que o primeiro-ministro telefonou ao presidente da concelhia do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, a reforçar a ideia de que era preciso “apresentar um candidato próprio”, estando em causa “uma questão de dignidade partidária”.

ZAP //

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