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“Epidemia” que ameaça o património histórico. Roubo de azulejos está a aumentar

O roubo de azulejos de edifícios históricos voltou a aumentar no distrito de Lisboa, com a Brigada de Obras de Arte da Polícia Judiciária (PJ) a falar de uma verdadeira “epidemia” que deixa um “rasto de destruição”, ameaçando o património histórico.

Só em 2019, já foram abertos 30 processos por roubo de azulejos históricos na região de Lisboa, conforme apurou o Público junto da Directoria de Lisboa da PJ.

“Infelizmente, e depois de uma época ligeiramente mais calma”, o furto de azulejos “voltou a aumentar” como uma “epidemia”, refere uma fonte da PJ ao jornal.

“No Verão chegámos às 11 queixas por mês”, refere a mesma fonte, lamentando que “o que está em causa não é apenas o furto dos azulejos, mas também o rasto de destruição nos locais que deixam para trás”.

Lisboa, Oeiras, Sintra, Estoril, Odivelas e Cascais são algumas das zonas mais afectadas pelo problema, com roubos organizados por grupos que “procuram especialmente painéis dos séculos XVII e XVIII”, apurou o Público.

Cada unidade pode valer no mínimo 100 euros e muitos dos azulejos furtados são vendidos a turistas, nomeadamente na Feira da Ladra. Foi neste local que a PJ deteve um vendedor que tinha na sua posse azulejos no valor de cerca de 48,5 mil euros.

Este vendedor teria na sua residência vários exemplares de azulejos roubados em diversos locais de Lisboa, designadamente alguns que integraram painéis avaliados em 23,5 mil euros e que foram roubados, em 2001, no Palácio Belmonte, em Alfama.

Por um único azulejo, o vendedor estaria a pedir 400 euros. Acabou por ir a julgamento, mas não foi condenado porque os queixosos chegaram a acordo com ele, como nota o Público.

Além da Feira da Ladra, os azulejos furtados são também vendidos em antiquários, em leilões e na Internet.

ZAP //

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