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Afinal, os robôs de Musk que dançam e servem cervejas são mais humanos do que IA?

Será que Elon Musk fez das suas outra vez? O magnata surpreendeu o mundo com a apresentação dos robôs Optimus como algo revolucionário. Mas há quem suspeite que, na verdade, estavam a ser controlados por operadores humanos.

Os robôs Optimus foram a grande sensação no evento de apresentação do protótipo do robotáxi da Tesla em Los Angeles (EUA).

A fazer lembrar o filme de Will Smith “I robot”, estes robôs dançaram, falaram e até serviram bebidas, impressionando o mundo como um avanço significativo no uso tecnológico da Inteligência Artificial (IA).

Mas o evangelista de tecnologia Robert Scoble suspeita que, afinal, estes robôs tenham menos IA do que aparentam, e que, na realidade, sejam controlados por humanos.

Durante o evento de apresentação em Los Angeles, Scoble fez-lhes algumas perguntas para tentar perceber quão autónomos são. “Isto não é totalmente IA. Um humano está a prestar assistência remota“, concluiu, como salienta numa publicação no X.

Num outro vídeo divulgado por Scoble, é possível ouvi-lo a perguntar ao robô “quanto de ti é IA”. A resposta é algo hesitante e numa voz mais humana do que robótica. “Não posso revelar quanto. Isso é algo que terá de descobrir mais tarde”, diz o Optimus.

Scoble insiste e questiona: “mas alguma ou nenhuma?” “Diria que pode ser alguma. Não vou confirmar, mas pode ser alguma”, acrescenta o robô – ou o humano que o controlaria.

O evangelista de tecnologia falou com um engenheiro da Tesla para esclarecer o assunto e concluiu que “quando ele andava, era a IA a comandar o Optimus“, sublinhou Scoble citado pelo jornal especializado em tecnologia Gizmodo.

Mas, quanto à interacção com as pessoas, terá tido intervenção humana.

Musk apresentou robôs como “maior produto de sempre”

A maioria das pessoas ficou a acreditar que os robôs de Musk são totalmente autónomos, interagindo com as pessoas graças à tecnologia IA.

Por isso, os Optimus foram apresentados como revolucionários, como algo que pode transformar as nossas vidas, por exemplo, nas tarefas domésticas, ou até como companhia para pessoas solitárias.

Musk sublinhou no evento que são “o maior produto de sempre”, notando que podiam cortar a relva, ir buscar as mercearias e até cuidar das crianças.

Mas esse tipo de tarefas exigem uma IA totalmente autónoma – ou a contratação de um humano para controlar, por via remota, o robô.

Como noutras situações recentes, em que Musk prometeu lançamentos revolucionários sucessivamente adiados, esta parece ser mais uma previsão embelezada pelo magnata.

Em Janeiro passado, já tinha sido “apanhado” numa pequena mentira quando o vídeo com um robô a dobrar uma camisola fez sucesso. Na verdade, descobriu-se que o robô estava apenas a imitar os gestos de um operador humano, cuja mão aparece no canto inferior do vídeo.

Musk também está a receber críticas quanto à previsão de lançamento do robotáxi dentro de dois a três anos – algo que parece impossível para muitos especialistas da área por se tratar de apenas um protótipo, e devido ao historial de promessas do dono da Tesla.

Em 2019, o magnata tinha prometido que estes robotáxis seriam lançados em 2020, e já foi acusado de mentir sobre os Teslas autónomos.

Musk está a prometer há cerca de uma década que os carros autónomos serão uma realidade muito em breve – algum dia, a promessa deverá cumprir-se.

Susana Valente, ZAP //

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