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Setor automóvel em guerra com Trump e Elon Musk

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Reprodução / Truth Social

Elon Musk com Donald Trump

O sindicato UAW, que representa os trabalhadores do setor automóvel nos EUA, processou o candidato presidencial Donald Trump e o magnata Elon Musk por intimidação e ameaças, durante uma entrevista veiculada na rede social X.

Esta aberta uma nova guerra entre o setor automóvel e Donald Trump-Elon Musk.

Esta segunda-feira, numa conversa entre os dois magnatas, transmitida na rede social X/Twitter, Trump defendeu a prática de despedir trabalhadores em greve, elogiando Musk por isso.

“Eu olho para o que tu fazes”, disse Trump a Musk. “Chegas e dizes, querem ir embora? Se declaram greve tu dizes, ‘Tudo bem, vais para rua. Todos para a rua. Cada um de vocês para a rua’”.

Na sequência, o sindicato United Auto Workers – um dos mais poderosos sindicatos do país, com 400 mil sindicalizados – abriu um processo ao dois intervenientes por intimidação e ameaças.

A acusação, avançou o sindicato no seu site, deve-se às “tentativas ilegais de ameaçar e intimidar os trabalhadores que defendem os seus direitos através de atividades concertadas e protegidas, tais como greves”.

O UAW lembrou que, “segundo a lei federal, os trabalhadores não podem ser despedidos por fazerem greve, e ameaçar fazê-lo é ilegal de acordo com o Regulamento de Relações Laborais”.

Musk e Trump desprezam leis laborais

Em 2022, Elon Musk comprou o Twitter e despediu a maior parte dos funcionários. O milionário tem estado envolvido em processos judiciais relativos à infração de leis laborais.

“Quando dizemos que Donald Trump é uma fura-greves, é isto que significa”, afirmou o presidente do sindicato Shawn Fain.

Fain acrescentou que Trump “vai sempre estar contra os trabalhadores que defendem os seus direitos e a favor de bilionários como Elon Musk, que está a contribuir 45 milhões de dólares por mês a um Super PAC (fundo para despesas eleitorais) para o eleger”.

Musk – conhecido pelas suas posições anti-sindicatos – já negou que esteja a dar somas avultadas à campanha de Trump e escreveu no X que Fain vai acabar com problemas na justiça tal como os seus últimos antecessores.

“Tanto Trump e Musk querem que a classe trabalhadora fique sentada e calada, e ambos riem disso abertamente”, criticou Shawn Fain. “É repugnante, ilegal e totalmente previsível destes dois palhaços”.

O UAW deu o seu apoio público a Kamala Harris, a candidata presidencial democrata, numa altura em que a campanha de Donald Trump está a tentar obter mais apoios de sindicatos.

Fain foi a cara mais visível da greve simultânea que paralisou as maiores construtoras automóveis no ano passado, General Motors, Ford e Stellantis.

ZAP // Lusa

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