Engenheiros da Universidade da Califórnia, em San Diego, construíram um robô, parecido com uma lula, que consegue nadar impulsionando o movimento com a ajuda de jatos de água.
A equipa da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, recriou todos os recursos-chave que as lulas usam para nadar a alta velocidade e desenvolveu um novo robô que gera jatos de água para uma locomoção mais rápida e eficiente.
Segundo o EurekAlert, o robô-lula é feito a partir de materiais macios, como polímero acrílico, com algumas peças rígidas, impressas em 3D e cortadas a laser. O uso de robôs leves na exploração subaquática é importante para proteger peixes e corais, que podem ser danificados por robôs rígidos.
No entanto, os robôs macios têm um grande senão: movimentam-se muito lentamente e têm dificuldades a realizar certas manobras.
Esta desvantagem foi colmatada com este novo dispositivo. O artigo científico foi recentemente publicado na Bioinspiration and Biomimetics.
A equipa de engenheiros da universidade norte-americana inspirou-se nos cefalópodes para desenvolver este novo robô. A lula, por exemplo, consegue atingir velocidades muito rápidas graças a um mecanismo de propulsão a jato.
Este dispositivo armazena energia elástica na pele e costelas flexíveis e liberta essa energia comprimindo o corpo. Essa ação gera um jato de água que impulsiona o seu movimento fugaz.
As costelas do robôs estão ligadas a duas placas circulares em cada uma das extremidades: uma tem um bico que ejeta e capta água quando o corpo contrai, enquanto que a outra pode carregar uma câmara à prova de água ou outro tipo de sensor.
Os engenheiros já testaram o robô-lula em laboratório, num tanque no Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da universidade e no Aquário de Birch, no Scripps Institution of Oceanography.
A equipa demonstrou que o robô consegue mover-se ajustando a direção do bocal. O dispositivo atingiu uma velocidade de 18 a 32 centímetros por segundo (cerca de meia milha por hora), ou seja, é muito mais rápido do que a maioria dos robôs.
“Foi especialmente emocionante ver que o robô foi capaz de nadar com sucesso num grande aquário entre corais e peixes, demonstrando a sua viabilidade para aplicações do mundo real”, disse Caleb Christianson, líder da investigação.