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Houve um “ritual satânico” nos Grammys

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Caroline Brehman/EPA

Kim Petras, Sam Smith, Violet Chachki e Gottmik nos Grammys 2023

Em causa a actuação de Sam Smith com Kim Petras, e o single Unholy: “Querem ensinar os nossos filhos a adorar Satanás”.

Uma edição dos Grammys sem alguma polémica seria estranha.

Já foi surpreendente o facto de Harry Styles ter vencido o prémio de melhor álbum, enquanto a recordista Beyoncé ficou com quatro troféus – mas nenhum dos principais.

Pelo Brasil também se multiplicaram os protestos, ou críticas directas a Samara Joy, que levou a melhor sobre a brasileira Anitta na categoria melhor nova artista.

Mas outro momento originou outro tipo de polémica.

Sam Smith apareceu no palco com Kim Petras para cantar o single Unholy – que venceu o prémio de melhor performance pop, por um dueto ou grupo.

Smith utilizou couro vermelho, enquanto Petras dançava numa gaiola cercada por chamas. Havia dançarinos com chifres e com chicotes. O próprio Sam Smith ficou com chifres, no final, vestido de “diabo” e dançou com uma bengala. Tudo sob um cenário completamente vermelho.

A Direita Cristã nos EUA não gostou, relata a revista Vice.

A já famosa congressista Marjorie Taylor Greene escreveu: “Esta foi uma actuação demoníaca e foi patrocinada pela Pfizer (uma das empresas que patrocinaram este evento). Agora os cristãos americanos precisam de voltar ao trabalho”.

O senador Ted Cruz também não gostou: “Esta foi uma actuação maléfica”.

Liz Wheeler, comentadora, juntou-se ao coro de críticas: “Não lute contra as guerras culturais, dizem eles. Enquanto isso, os demónios estão a ensinar os seus filhos a adorar Satanás. Estou quase a vomitar”.

“Não espanta ver um ritual satânico nos Grammys. O satanismo é a adoração do eu. Muita da música pop moderna é satânica. O esquerdismo é satanismo. A única diferença é que já não o escondem”, avisou Matt Walsh, conhecido blogger.

O The Post Millennial, um canal de direita, escreveu: “Última hora: Sam Smith apresenta uma actuação satânica nos Grammys com strippers, chifres de diabo”.

Esta espécie de pânico à volta do Satanás tem-se espalhado pelos EUA, nos últimos anos. O movimento da Direita Cristã, nacionalista, considera que qualquer instituição que não transmita os valores cristãos evangélicos são “satânicas” ou “anti-cristo”. Ensinam-se aos mais novos estas doutrinas.

E este momento juntou dois “traumas” destes movimentos: a Pfizer (porque é responsável por uma das vacinas anti-COVID) e Sam Smith e Kim Petras (homossexual e transgénero).

Kim Petras tornou-se a primeira mulher transgénero a ganhar um Grammy.

ZAP //

1 Comment

  1. “Esta espécie de pânico à volta do Satanás..” E não é de ter pânico? vamos antes ter pânico de gatinhos fofinhos, é isso?

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