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“Riscos crescentes”. Organização pró-democracia de Hong Kong dispensa trabalhadores

Jerome Favre / EPA

Organização organizava anualmente uma vigília para homenagear vítimas do massacre da praça de Tiananmen. Um ano após a entrada em vigor da Lei de Segurança Nacional de Hong Kong — que esteve na origem de uma grande onda de protestos — foram detidas 117 pessoas.

A The Hong Kong Alliance in Support of Patriotic Democratic Movements of China, a mais reconhecida organização cívica pró-democracia daquele território, anunciou este domingo que vai dispensar todos os seus colaboradores remunerados e reduzir em metade o número de membros do seu comité diretivo.

A medida tem o objetivo de “assegurar a segurança” dos envolvidos face aos “riscos políticos e legais crescentes”.

Dos sete membros do comité diretivo que permanecerão no cargo, três estão atualmente detidos por participação em protestos.

O grupo, famoso por anualmente realizar grandes vigílias com velas em homenagem aos cidadãos falecidos nos protestos da praça de Tiananmen, fez saber que as mudanças vão efetivamente afetar as suas operações. Ainda assim, promete que “independentemente das dificuldades ou desafios, a aliança continuará a mostrar os dentes e a avançar um passo de cada vez”.

Este ano, à semelhança do que aconteceu em 2020, as vigílias — de homenagem às vítimas do massacre de 1989 e de celebração da transferência de soberania entre o Reino Unido e a China, com cariz pró-democrático — não se realizaram, com a sua suspensão a ser justificada com a pandemia da covid-19 e sem indicação sobre quando tais atividades poderão ser retomadas, avança o The Guardian.

O anúncio da The Hong Kong Alliance acontece poucas semanas após o encerramento do último jornal pró-democracia no território, o Apple Daily, após as autoridades terem entrado nas suas instalações e detido os funcionários.

Tal como noticiou o Público, um ano após a entrada em vigor da Lei de Segurança Nacional de Hong Kong — que esteve na origem de uma grande onda de protestos — foram detidas 117 pessoas, com idades entre os 15 e os 79 anos. A nova legislação tem como objetivo a criminalização de quase toda a dissidência política, passando a tratá-la como traição ou “terrorismo”.

ARM, ZAP //

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