Há risco de irrealismo no preço das casas em Lisboa e Porto, alerta a Moody’s

A Moody’s prevê que os preços das casas continuem a subir em Portugal, mas adianta que em algumas zonas os aumentos não foram normais.

De acordo com a agência de rating Moody’s, os preços das casas vão continuar a aumentar em Portugal, mas refere que já há subidas fora do normal em algumas zonas do país, como é o caso de Lisboa e Porto. Nestas áreas começam a aparecer alguns riscos, segundo os analistas.

“Nestas áreas o mercado de habitação está a acelerar a um ritmo não usual, particularmente se existir uma desconexão entre os níveis de rendimento e a inflação nos preços das casas”, refere num relatório a que o Diário de Notícias teve acesso. Ainda assim, tem como cenário base uma evolução saudável na inflação no preço das casas.

No entanto, a agência avisa que o equilíbrio do mercado arrisca ficar comprometido se “os compradores tiverem expectativas irrealistas sobre até que ponto os preços irão continuar a subir nestas zonas nobres”, depois de notar que “em alguns locais, os preços já aceleraram de forma acentuada, principalmente em zonas nobres de Lisboa e, em menor medida, em algumas áreas do Porto”.

Desde o início de 2016 até junho deste ano, o valor mediano dos negócios feitos na capital aumentou mais de 46%; já no concelho do Porto o aumento foi de 34%. Em Portugal, em média, o aumento foi de 16,75%.

A Moody’s explica que a subida de preços no país com a melhoria das condições económicas, o crescimento do turismo e o investimento estrangeiro.

“As condições do mercado de trabalho estão a melhorar, o que está a levar a um aumento da procura doméstica. A taxa de desemprego menor implica que uma maior proporção de consumidores esteja numa posição mais favorável para cumprir com o serviço de dívida e comprar, vender e remodelar as suas propriedades”, refere no relatório.

Além disso, os analistas destacam ainda que “o maior nível de investimento estrangeiro está também a contribuir para a inflação no preço das casas em Portugal”, frisando os incentivos fiscais a não-residentes e os vistos gold.

Por último, realça também o efeito do crescimento do turismo no valor do imobiliário.

ZAP //

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