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Riqueza de 1% da população já superou em 2015 a dos restantes 99%

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A riqueza acumulada por 1% da população mundial, os mais ricos, superou a dos 99% restantes, em 2015, um ano mais cedo do que se previa, informou este domingo a ONG Oxfam, a dois dias do Fórum Económico Mundial de Davos.

O fosso entre a franja dos mais ricos e o resto da população aumentou de forma dramática nos últimos doze meses, segundo o relatório anual da organização não-governamental britânica Oxfam, este ano intitulado “Uma economia ao serviço de 1%.

O ano passado, a Oxfam estimava que tal acontecesse em 2016, mas este racio veio a concretizar-se já em 2015 –  um ano antes do que previa a ONG.

A ONG calcula que “62 pessoas possuem tanta riqueza como a metade mais pobre da população mundial”.

Há cinco anos, era necessária a riqueza de 388 pessoas para igualar a da metade mais pobre da população mundial.

Há dois anos, esse número tinha já baixado: os 85 mais ricos do mundo tinham tanto como metade da população do planeta.

“É irrefutável que há uma extrema desigualdade no Mundo”, diz ao WSJ Nick Galasso, investigador sénior da Oxfam, “mas o que é alarmante é a tendência para que adesigualdade aumente”.

“Não podemos continuar a deixar que centenas de milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para os ajudar estão concentrados em tão poucas pessoas”, diz Manon Aubry, directora da Oxfam, à agência AFP.

Segundo a ONG, “desde o início do século XXI que a metade mais pobre da humanidade beneficia de menos de 1% do aumento total da riqueza mundial, enquanto os 1% mais ricos partilharam metade desse mesmo aumento”.

Para combater estas desigualdades extremas, a Oxfam apela ao fim da “era dos paraísos fiscais”, salientando que nove em cada dez empresas entre listadas entre os parceiros estratégicos do Fórum Económico Mundial de Davos “estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal”.

O ano passado, vários economistas contestaram a metodologia utilizada pela Oxfam, mas a ONG defende o método utilizado no estudo: usa simplesmente o cálculo do património líquido, ou seja, os activos detidos subtraídos da dívida.

No entanto, segundo a BBC, há várias ressalvas a estes números. O próprio Credit Suisse reconhece que é muito difícil conseguir informações precisas sobre os bens e dinheiro acumulados pelos super-ricos.

Na realidade, o banco diz que as suas estimativas sobre a proporção de riqueza dos 10% e do 1% mais ricos “podem estar subestimadas” – e as desigualdades serem mesmo superiores ao que a Oxfam aponta.

ZAP

2 Comments

  1. Grande admiração, todo o mundo já sabe a muito tempo que em tempos de crise é que o rico fica ainda mais rico com a miséria de todos os outros além de criar ainda mais novos ricos, a noticia deveria ser para quando o resto do Mundo se decide de uma vez e acaba com isto.

  2. Pois é… condenam-se biliões de seres humanos à miséria para que alguns poucos consigam morrer uns biliões de dólares mais ricos. Ninguém se lembrará deles (alguém se lembra quem era o homem mais rico do planeta em 1950?) mas até lá eles divertiram-se a olhar para as contas bancárias e a acharem-se superiores aos outros!

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