A organização não-governamental britânica Oxfam afirmou esta segunda-feira que, em 2016, o património acumulado pelos mais ricos do mundo – 1% da população mundial – vai ultrapassar o dos restantes 99%.
“A parte do património mundial detida pelos 1% mais ricos passou de 44% em 2009 para 48% no ano passado e vai ultrapassar os 50% no próximo ano”, afirma a ONG no seu relatório “Riqueza: ter tudo e querer mais”, apresentado esta segunda-feira.
Segundo esta tendência, em 2016, 1% da população do planeta será dona de metade da riqueza do mundo.
A Oxfam, cuja diretora-geral, Winnie Byanyima, vai co-presidir ao Fórum Económico Mundial, em Davos, exigiu “a realização, este ano, de uma cimeira mundial de fiscalidade para rescrever as regras fiscais internacionais”.
“A amplitude das desigualdades mundiais é vertiginosa“, denunciou Byanyima, para quem “o fosso entre as grandes fortunas e o resto da população aumenta rapidamente“.
A responsável pediu aos dirigentes internacionais que ataquem “os interesses particulares dos pesos pesados que são um obstáculo para um mundo mais justo e mais próspero”.
A Oxfam apelou aos Estados para que adoptem um plano de luta contra as desigualdades, contrariando a evasão fiscal, da promoção de serviços públicos gratuitos, com mais impostos sobre o capital e menos sobre o trabalho, criando salários mínimos ou ainda através da criação de sistemas de proteção social para os mais pobres.
No seu relatório do ano passado, “Working for the Few“, a Oxfam tinha já alertado para a magnitude das desigualdades do planeta, no qual os 85 mais ricos têm tanto como metade da população do mundo.
O fórum económico mundial, WEF, decorre entre quarta-feira e sábado, no resort de esqui de Davos, na Suiça.
Mais de 300 dirigentes mundiais, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, o Presidente francês, François Hollande, o chefe do Governo italiano, Matteo Renzi, o primeiro-ministro chinês, Li Kepiang, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, deverão participar na 45.ª edição do fórum.
/Lusa