“Limpeza integral”. Rio varre apoiantes de Rangel das listas de deputados

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ppdpsd / Flickr

Rui Rio e Paulo Rangel conversam durante o Conselho Nacional do PSD

Rui Rio e Paulo Rangel durante Conselho Nacional do PSD

Os líderes das distritais do PSD de Faro, Cristóvão Norte, de Viseu, Pedro Alves, ou de Coimbra, Paulo Leitão, que apoiaram Paulo Rangel nas últimas diretas, ficaram fora das listas de candidatos a deputados.

O Conselho Nacional do PSD aprovou esta terça-feira as listas de candidatos a deputados, com críticas sobre a exclusão de inúmeros nomes.

Segundo o jornal Público, há mesmo quem chame à lista uma “limpeza integral“, alegando que Rio excluiu de lugares elegíveis todas as figuras que estiveram com Rangel nas diretas.

De acordo com fontes presentes na reunião, citadas pela agência Lusa, as listas foram aprovadas com 67 votos a favor, 21 contra e seis abstenções.

Rui Rio manteve oito nomes a liderar as listas em relação às eleições de 2019, mas tirou do topo das listas deputados que apoiaram Paulo Rangel nas diretas, como é o caso de Ana Miguel Santos (Aveiro), Carlos Peixoto (Guarda), Cristóvão Norte (Faro) e Margarida Balseiro Lopes (Leiria).

Outros apoiantes do eurodeputado, como o líder da distrital do Porto, Alberto Machado, e o ex-presidente da concelhia de Gaia, Cancela Moura, foram colocados em lugares não elegíveis, 40.º e 39.º pelo Porto, respetivamente.

Fora das listas ficaram também deputados que nas últimas legislaturas marcaram presença no Parlamento, como Luís Marques Guedes, Emídio Guerreiro ou Duarte Marques, bem como Ana Miguel dos Santos, que tinha sido cabeça de lista por Aveiro na última legislatura, ou o ex-líder da JSD Pedro Rodrigues.

Margarida Balseiro Lopes, que foi em 2019 cabeça de lista por Lisboa, e Álvaro Almeida, oitavo pelo Porto, tornaram público que não tinham intenção de voltar a ser deputados, tal como o antigo líder da distrital de Lisboa Pedro Pinto.

Saem também os ‘vices’ da bancada Luís Leite Ramos, que tinha manifestado à sua distrital, Vila Real, indisponibilidade para voltar a ser deputado, Carlos Peixoto e José Cesário, que tinham sido cabeças de lista em 2019 e não foram convidados a integrar as listas para as legislativas de 30 de janeiro.

O presidente do PSD, Rui Rio, volta a não ser cabeça de lista no Porto às legislativas. Sofia Matos vai encabeçar a lista do PSD no Porto, ficando Rio em segundo. Já em 2019, Rio tinha atribuído o primeiro lugar a Hugo Carvalho.

Em Lisboa, o deputado e médico Ricardo Baptista Leite, que já foi vereador em Cascais, é a principal aposta.

Rangel: “Falta de esforço para unir o PSD”

O ex-candidato à liderança do PSD Paulo Rangel afirmou esta terça-feira à noite que não houve qualquer tentativa ou esforço de unidade por parte da direção na construção das listas de candidatos a deputados.

Num discurso duro dentro do Conselho Nacional, que decorreu à porta fechada, Rangel disse não ter visto nenhum dos que o apoiaram nestas listas e lamentou que não tenha havido “um sinal construtivo” por parte da direção para acolher pessoas que tenham estado consigo nas diretas

Não são rebeldes nem terroristas”, disse Paulo Rangel.

O eurodeputado salientou que teve mais de 47% dos votos nas diretas de 27 de novembro, que representam também as bases do PSD, e não apenas o aparelho, como tem sido dito pela direção. Ainda assim, assegurou que apoiará Rui Rio na campanha para as legislativas de 30 de janeiro.

Também Pedro Pinto, ex-presidente da JSD e ex-líder da distrital de Lisboa, criticou a “falta de critérios” nas listas, considerando que desta vez Rio “foi longe demais”.

Rio rejeita ter excluído todos os não apoiantes

O presidente do PSD saudou a aprovação das listas de candidatos a deputados do partido por uma votação “expressiva” e contestou que tenha excluído todos os que não o apoiaram nas recentes eleições diretas.

Em declarações aos jornalistas, no final do Conselho Nacional que aprovou a lista de candidatos a deputados do PSD por cerca de 71% dos votos, Rui Rio considerou até que a reunião de hoje foi “das mais pacíficas” a que assistiu com esse objetivo.

“Para quem perdeu dois Conselhos Nacionais seguidos, conseguir esta votação, parece-me que era difícil pedir mais”, considerou.

Questionado sobre as críticas do seu adversário nas últimas diretas, Paulo Rangel, Rio diz não concordar com o desapontamento expresso pelo eurodeputado quanto à tentativa de unidade.

“Não é correto que em lugares elegíveis só estejam pessoas que me apoiaram, é mentira, é mentira mesmo”, afirmou, mas escusou-se a dar exemplos, desafiando os jornalistas a percorrem as listas aprovadas.

Segundo Rui Rio, em lugares elegíveis estão alguns nomes que não o apoiaram na última eleição, outros que não o apoiaram em anteriores diretas e até outros que “nunca o apoiaram”.

“É verdade que a lista tem a marca da estratégia que ganhou, não pode ter a da estratégia que perdeu. Foi dos Conselhos Nacionais mais pacíficos, mas, ao mesmo tempo, os que não ficaram tiveram reações mais fortes e mais violentas do que é normal”, disse.

ZAP // Lusa

14 Comments

  1. Bem feito! Rio esteve muito bem. Não porque eu ache que se deve ser mesquinho e vingativo. Mas porque já é indamissível a quantidade de vezes que tentaram remover um líder democraticamente eleito.

    • Concordo plenamente. Não sou de acordo de prosseguir as políticas de Corvelho que foram um autêntico desastre. Os portugueses não pretendem um dirigente que dê tudo para a banca e grandes grupos económicos pondo à subserviência do patronado de quem trabalha por umas migalhas. Privatizar a Segurança S ? Vendar a edp ao partido comu. chinês, telecom, ctt etc. Perdemos as nossas melhores empresas .
      Corvelho governou a pôr impostos e a sacar. Assim qualquer um governa.
      O ministro mais fraco que nada fez e apenas vendeu palavras cheias de labaredas foi o Gasper.
      O amadorismo não presta , por isso não serviu para nada, dividiu o sdp e transformou-o num saco roto.
      Vamos crer que o Costa moderado fart o que é necessário e tirar impostos abusivos que os portugueses carregam como sendo um fardo de espinhos.

      • Tem toda a razão. Sócrates e discípulos nunca mais! Afinal este que lá está agora, não só não manteve a carga fiscal que o anterior governo teve de impor aos portugueses depois do roubo da banditagem do 44 e correligionários, como ainda agravou os impostos não havendo necessidade para tal. Apenas para fazer o maior saque à carteira dos portugueses que alguma vez ocorreu em democracia. Nunca pagámos tantos impostos como agora e nunca tivemos uma saúde, uma justiça, uma segurança e uma educação tão medíocres.

      • O então malabarista Paulo Macedo ministro da saúde recomenda-se pelo péssimo trabalho que fez !

      • Tirou os impostos abusivos que o Corvelho dizia à boca cheia que eram taxas. Só que o dito amador dizia que as tais taxas pesadas e abusivas eram para sempre.

      • Sim, criou e manteve o adicional ao ISP, mantém a taxa que alimenta a SPA, Energia elétrica e telecomunicações com custos para os particulares pelotão da frente da europa, e poderia ir por mais exemplos, mas não estou para perder tempo

      • Pagamos uma taxa para o audio visual o que eu acho escandaloso , além de tantas outras para engordar não sei quem.
        Se o sns está com dificuldades ,porque é que essa taxa para o audio visual que nos sai do bolso não vai para o SNS.

  2. Miguel. Só concordo consigo se voçe foi um bom apoiante do PS. Caso contrario é claro que o querem remover, ele é um inutil, vejas as sondagens!!!

  3. Se os apoiantes de Rangel tivessem um pingo de decência nem sequer aceitariam integrar as listas de um projecto político no qual não se reveem. Mas políticos decentes há muito poucos, infelizmente! Já tachistas é o que não falta!
    Já agora, era bom que os órfãos do Passos percebessem de uma vez por todas que o dito não vai voltar, nem que as manhãs sejam todas de nevoeiro, e que deixassem, se para tal não querem contribuir, uma pessoa equilibrada, honesta e trabalhadora, tentar ser primeiro-ministro. Não que o Passos não seja honesto, mas em equilíbrio de decisões, conhecimento do sector privado e do público e capacidade de trabalho, fica a léguas do Rui Rio. Basta comparar os currículos! E ver o que cada um fez antes de chegar a presidente do PSD!
    Haja paciência!

  4. Rangel, se tivesse vergonha, não acusava Rio de desunir o partido, porque foi ele mesmo que, num momento destes com eleições à porta, teve o descaramento de provocar eleições no PSD, desunindo o partido e enfraquecendo-o quando sabia bem que a maioria das bases apoiava Rui Rio, que vale muito mais a dormir que ele acordado…!! O Rangel que vá fazer uma desintoxicação de álcool, que é do precisa antes de mais nada, depois até pode ser que veja com mais clareza a borrada que andou a fazer.

  5. A Ordem dos Médicos e até dos Sindicatos tinha obrigação Profissional e até humana de pôr de Parte o seu Partido Político, e colaborar no Combate à esta pandemia que tantas mortes e sofrimento tem trazido aos doentes e Famílias, tinham obrigação de colaborar unindo esforços para salvar Vidas e moderar sofrimentos, arregaçando as mangas e ir à luta, ao invés de andarem a organizar demissões em massa, e ocupar o tempo a passear pelas Televisões com obstrução dificultando a recuperação de doentes, e salvar vidas, fazendo jus ao esforço que fizeram os Portugueses para pagar os seus doutoramentos, Tenho a Certeza que o PSD, Dr Rui Rio subscreve concorda comigo.

  6. Muitos psd não concordam com as políticas do Cortelho. Só se for o Monte preto que se esforça por ocupar o lugar perdido. Com Rio essa chupeta não pega.

  7. O sr Rangel, se tivesse ganho o que faria? Como é óbvio colocaria os seus apoiantes em lugares elegiveis, mas está contestando NÂO SEREM CABEÇAS de lista, muitos vão ser eleitos o que é uma lástima, só querem é TACHO. Rio corra com todos esses que vai ter o meu voto, será a PRIMEIRA VEZ que votarei PSD

  8. Eu penso desta vez ajudar o PS a ter a maioria absoluta, para bem de Portugal, não podemos andar a brincar ás eleições, iremos ter de pagar isto tudo para alem das enormes contas do Covide que nos serão apresentadas mais tarde ou mais cedo, se os resultados das eleições forem os das sondagens o PS quase empatado com o PSD acho que é a nossa desgraça, porque continuamos na mesma, poderei, ou poderemos reconsiderar no caso do PSD não se ficar pelas criticas, passar a comprometer-se com as soluções, só com as soluções a par das criticas conseguirá mudar o sentido de voto, apesar de estarmos queimados com o PSD que o Passos Coelho prometeu umas coisas depois fez o contrario, de qualquer forma quem quer que ganhe tem de ser com maioria absoluta, ajudarei a quem me parecer que a consegue.

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