A direção de Rui Rio teve menos votos do que há dois anos. O líder do PSD venceu no Conselho Nacional, mas acabou por perder no Conselho de Jurisdição.
A lista da direção de Rui Rio ao Conselho Nacional elegeu 21 dos 70 membros deste órgão, enquanto a lista de Paulo Cunha, apoiada por Luís Montenegro, conseguiu 16.
De acordo com informações avançadas à Lusa, a lista mais votada foi a de Rio, que tem como número um o eurodeputado Paulo Rangel, tendo obtido 249 votos do total de 867 votantes (28,7% dos votos expressos).
Seguiu-se a lista M, encabeçada pelo presidente da Câmara de Famalicão Paulo Cunha, com 191 votos (22%).
A Comissão Política Nacional do presidente do PSD, Rui Rio, foi hoje eleita com 62,4% dos votos, disseram à Lusa fontes sociais-democratas. A lista de Rio foi eleita com 541 votos favoráveis, 227 brancos e 99 nulos. Registaram-se 867 votantes.
Há dois anos, a direção de Rio foi eleita com 64,7% dos votos, naquela que foi então a votação mais baixa desde 2007, quando Luís Filipe Menezes obteve 61,8%.
O PSD mudou os estatutos e adotou as eleições diretas em 2006, deixando de escolher o líder em congresso. Na reunião magna continuam a ser eleitos os órgãos nacionais como a Comissão Política Nacional.
A lista de Paulo Colaço foi a mais votada para o Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), que irá presidir a este órgão, derrotando a lista da direção, encabeçada pelo ex-líder parlamentar do PSD Fernando Negrão.
Fontes sociais-democratas disseram à Lusa que a lista de Paulo Colaço – ex-membro da Jurisdição – conseguiu eleger cinco dos nove membros, a da direção três e José Miguel Bettencourt, que também pertenceu ao CJN no último mandato, elegeu-se apenas a si próprio. A lista de Ricardo Sousa não elegeu qualquer membro para a Jurisdição.
Hugo Soares empenhado em combater o PS
O ex-líder parlamentar social-democrata Hugo Soares afirmou hoje que, nos próximos dois anos, vai estar empenhado em combater o PS e António Costa, na certeza de que o PSD é o melhor partido para o país.
À entrada do 38º Congresso do partido em Viana do Castelo, o social-democrata recusou, contudo, que tenha havido um clima de “guerra” no partido nos últimos dois anos. O que houve, sublinhou, foram eleições.
“Creio que não houve nenhuma guerra no PSD, o que houve no PSD foi uma eleição. Eu não creio que, quando nós fazemos eleições legislativas, eleições autárquicas, se travem guerras, travam-se combates eleitorais, onde estão em disputa projetos políticos alternativos. Isso é que é a democracia. Portanto acabaram as eleições, acabou o ato eleitoral. E hoje faz-se a entronização do líder”, disse, quando questionado pelos jornalistas se acabou definitivamente a guerra interna no PSD.
Hugo Soares salientou que o que fez nos últimos dois anos, nos órgãos próprios do partido, foi apenas dizer ao presidente do partido que achava que a estratégia “era errada”.
“Eu dirijo há muito anos equipas e não gosto nada quando nas minhas equipas está tudo numa unanimidade que até me faz confusão. Eu gosto que me digam que o caminho devia ser por ali ou por acolá, ainda que possa concordar ou não”, afirmou.
E acrescentou: “nós próximos dois anos, o Hugo Soares vai ser o mesmo. Vai ser um Hugo Soares empenhado em combater o Partido Socialista, em combater o Dr. António Costa, e que acredita sempre que o projeto do PSD é o melhor para o país”.
Questionado sobre os apupos que o seu discurso e o de Luis Montenegro receberam, o antigo líder parlamentar do PSD defendeu que “são formas de lidar com a democracia interna”.
“A única coisa que tenho a dizer sobre essa matéria é que, da mesma forma que nos dirão que é mais do mesmo e eu fico contente com isso, porque significa que eu mantenho a minha coerência e minha liberdade de pensamento, eu faço ao contrario, em vez de apupar, ou assobiar ou até criticar aqueles que mantêm a sua coerência, eu saúdo a coerência daqueles que continuam numa determinada estratégia”, reagiu.
Já sobre a reação ao discurso de Montenegro, Hugo Soares salientou que o dirigente fez a intervenção que entendeu fazer ao congresso.
“Falou sobretudo para o país, falou em unidade, não quis deixar de dizer que a sua consciência critica é uma liberdade que lhe assiste e foi aplaudido por quem tinha de o aplaudir, porque quem concordou e foi sobretudo apupado por aquela bancada mais à direita que um dia ainda vamos perceber quem lá estava sentado“.
// Lusa
Ainda não se percebeu muito bem porquê que o sr. Rio se faz rodear de gente estranha, nomeadamente do sr. Rangel um idiota útil dos neoliberais e militante de extrema-direita, conhecido por ter uma personalidade doentia, e pertencer à mesma laia o sr. Luís Esteves, do sr. Coelho, etc…
É uma situação que não abona em favor do sr. Rio, os cidadãos conhecem bem esta corja e não gostam.
Outro pormenor, foi a referência a Helmut Kohl por parte do sr. Rio no seu discurso, e que veio a colocá-lo numa situação desagradável, pois o sr. Kohl foi apoiante do nacional-socialismo tendo inclusive efectuado uma doação em dinheiro à Associação de ajuda mútua de ex-membros da Waffen-SS (HIAG).