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O Rio de Janeiro tem um novo inimigo público: os peluches

Peluche de urso de cor bege com ar tristonho.

A polícia civil do Rio de Janeiro está em guerra contra as máquinas electrónicas que permitem agarrar peluches após colocar uma moeda. Em causa está uma fraude que pode ter “a mão invisível” do crime organizado.

Nesta quarta-feira, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro na segunda fase da chamada “Operação Mãos Leves” que investiga “um esquema de adulteração dos aparelhos para dificultar a libertação dos brindes”, conforme comunicado da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

O inquérito também investiga a eventual participação do crime organizado na fraude com as máquinas eléctrónicas que têm um joystick para agarrar peluches depois de se colocar uma moeda.

As buscas efectuadas por agentes civis da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) levaram à apreensão de máquinas de peluches “piratas”, telemóveis, computadores, tablets, documentos, uma arma e peluches.

A investigação começou depois de denúncias de que algumas empresas utilizavam máquinas “falsificadas” em alguns centros comerciais.

As perícias realizadas a algumas das máquinas apreendidas revelaram que tinham “um sistema electrónico de contador de jogadas” e que estavam programadas para só gerar a “potência eléctrica suficiente” para a pessoa apanhar o peluche “após um determinado número de tentativas”, explica ainda a polícia do Rio de Janeiro.

As máquinas funcionam com uma corrente eléctrica que alimenta a “garra”, ou joystick, que permite agarrar os peluches. A fraude passa por controlar a potência dessa corrente para garantir que as pessoas gastam algum dinheiro antes de conseguirem o prémio.

Trata-se de “um processo fraudulento para enganar os consumidores, que acreditam que a obtenção do prémio depende da sua habilidade ao operar a máquina”, aponta ainda a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Em Maio passado, a polícia já tinha apreendido 80 máquinas e cerca de 13 mil peluches que foram doados a famílias que perderam as suas casas nas grandes inundações no estado do Rio Grande do Sul.

Existem vários modelos destas máquinas no mercado, em vários países do mundo, e muitas podem ser facilmente manipuladas, para garantir um mínimo de ganhos antes de a “garra” apanhar o prémio.

ZAP //

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