Num “ato de caridade”, Rio pode fazer coligação pré-eleitoral com Rodrigues dos Santos

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José Coelho / Lusa

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos (E) saúda o presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

Dentro da esfera ‘laranja’, fala-se na possibilidade de o partido coligar-se com o CDS para as próximas eleições legislativas, num ato visto como “caridade” por fontes sociais-democratas.

A direção nacional do PSD aguarda a audiência com o Presidente da República, marcada para sábado, e espera que Marcelo Rebelo de Sousa cumpra com o que prometeu e convoque eleições legislativas antecipadas para meados de janeiro. Embora vá contra o desejo de Paulo Rangel, é esta a vontade de Rui Rio.

Até lá, sem que se clarifique o calendário eleitoral, o PSD está fechado em copas. No entanto, fontes sociais-democratas contactadas pelo semanário NOVO dão conta que Rui Rio estará disposto a estender a mão a Francisco Rodrigues dos Santos e avançar em coligação com o CDS nas próximas eleições.

Esta semana, em entrevista à RTP3, Paulo Rangel defendeu que “o PSD se deve apresentar sozinho em eleições em 2022” e que vai “pedir uma maioria estável, se puder ser maioria absoluta tanto melhor, se tivermos ser liderantes de um Governo que tenha [outras forças] é o que faremos”.

Há quem sublinhe que a aliança estratégica com o CDS pode vir a dar frutos. O pacto entre os dois partidos é visto pelo núcleo duro do PSD como um “ato de caridade”. Existe a perfeita consciência de que os centristas, indo sozinhos a votos, correm o risco de obter um resultado ainda pior do que o registado por Assunção Cristas em 2019.

A coligação poderia ainda beneficiar o PSD com o ganho de um ou outro deputado em alguns círculos. Por sua vez, o CDS também tem a ganhar com a aliança, já que certamente aumentaria o seu poder político e a sua representatividade. O exemplo do sucesso das coligações foi espalhado ainda nas últimas eleições autárquicas, em que o CDS foi um dos “vencedores”.

Um senão impõe-se. Fontes sociais-democratas garantem que o próprio calendário de Rui Rio pode ser determinante numa eventual coligação PSD/CDS. Se Marcelo Rebelo de Sousa marcar eleições legislativas antecipadas para janeiro, o prazo para chegar a um entendimento encurta-se, ameaçando a probabilidade de vir a acontecer.

O semanário explica que as listas de candidatos à Assembleia da República têm de ser entregues até 41 dias antes da ida às urnas, o que daria aos dois partidos até final de novembro para se alinharem.

A relação entre Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio já atravessou melhores dias. Na tarde de terça-feira, Marcelo recebeu o candidato à liderança do PSD, Paulo Rangel. Segundo uma nota divulgada pela Presidência, o encontro terá decorrido a pedido do eurodeputado social-democrata.

O encontro não agradou a Rui Rio, que na na manhã desta quarta-feira disse que a reunião, que alegadamente serviu para discutir a data das eleições legislativas, não só é “estranho” como “não é minimamente aceitável” e “condiciona o país às diretas do PSD”.

Marcelo Rebelo de Sousa sacudiu as críticas de Rui Rio, alegando que ter a audiência com Rangel antes da votação do OE “era a melhor altura”.

Daniel Costa, ZAP //

9 Comments

  1. Entre Partidos, agora a moda é “atos de caridade” para se manterem Vivos. Se o destino de Portugal, depende de artistas destes, será o FMI que nos vai lixar com mais um “ato de caridade” pago a preço de ouro !

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