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Richarlison: “Perdi um treinador. Deixem as conspirações, vacinem-se”

Lucas Figueiredo / CBF

Internacional brasileiro quer influenciar, pelo menos, uma pessoa. Avançado defende a vacinação contra o coronavírus.

Vacina ou não? O dilema continua na maioria dos países e, sem surpresa, esse assunto tem sido comentado publicamente, e repetidamente, por desportistas. Uns a favor da vacinação, outros contra. Desta vez foi Richarlison a falar sobre a vacina contra a COVID-19.

O futebolista iniciou o seu artigo no The players’ tribune a avisar que iria escrever sobre um assunto que “é mais importante” do que o futebol. E vai directo ao seu apelo: “Por favor, não deixe de tomar a sua vacina!“. O brasileiro tem noção de que muitas pessoas ainda não se vacinaram, por escolha própria, e isso deixa o atleta “preocupado

Richarlison acha que a maioria dessas pessoas que preferiram não ser vacinadas tem sido influenciada por “informações falsas e por teorias da conspiração” que aparecem nas redes sociais, “sem imaginarem o estrago que pode causar na saúde de toda a população”. O jogador do Everton pretende afastar essas “teorias” e focar-se na ciência, nos dados confiáveis.

O brasileiro lembra que “existem vidas em jogo” e, por isso, este assunto não é uma “brincadeira”. Richarlison decidiu escrever este artigo para convencer as pessoas a serem vacinadas e, se conseguir influenciar uma pessoa, já será uma vitória: “É uma vida que será salva dessa doença e várias outras ao redor que também beneficiarão”.

Richarlison sublinha o trabalho dos cientistas e das instituições de pesquisa. Por se ter aproximado do universo da ciência, reparou que muitos profissionais da área deixaram a família de lado para encontrar soluções para esta doença, num “enorme sacrifício”.

E a vacina dá “esperança”, reforça. Com números: no Brasil, as mortes pela doença caíram mais de 90% desde o início da vacinação. Há poucos dias, o país registou a menor taxa de óbitos desde o início da pandemia. E na Europa, a maioria das pessoas que tinham hesitações à volta da vacina “logo percebeu que essa era a melhor saída”.

“Os estudos mostram que, actualmente, a maioria dos pacientes que sofrem complicações ou acabam por morrer ainda não tinha se vacinado. É verdade que nenhuma vacina tem 100% de eficácia, mas os seus efeitos no controlo da pandemia são inquestionáveis. Os dados não mentem“, escreveu.

O avançado não quer “reviver o pesadelo”. Até porque já passou por uma grande tristeza: a morte de Sebastião José da Silva, o Tião Borboleta – o seu primeiro treinador de futebol: “Fiquei muito triste quando soube da sua morte. Ele já era um senhor… Não resistiu à doença”.

“O único caminho para a cura é vacinar geral, o máximo de gente, o mais rápido possível. Estamos quase lá. Só falta empurrar a bola para o golo. Não tenho dúvida de que a vacina é confiável”, destaca o jogador, que finaliza o artigo assim: “Vamos confiar na ciência! Mete logo a vacina no corpo e bora correr para o abraço“.

Nuno Teixeira, ZAP //

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