Richarlison é futebolista mas já foi “político” oito vezes

Lucas Figueiredo / CBF

Internacional brasileiro, e colega de equipa de André Gomes, marcou no último jogo do Brasil e aproveitou para deixar um pedido às autoridades. O avançado é frequente nestas aparições públicas.

O Brasil levou a melhor sobre o Uruguai por 2-0, num dos encontros da quarta jornada de qualificação para o Mundial 2022. O segundo golo foi apontado por Richarlison que, logo depois do jogo disputado nesta terça-feira, aproveitou para deixar um pedido.

O avançado recordou as dificuldades que os habitantes de Amapá estão a passar – naquela localidade, 13 dos 16 municípios não têm luz elétrica há mais de duas semanas: “Quero dedicar este golo a todas as pessoas do Amapá, que estão a sofrer muito durante estes dias. Como cidadão brasileiro, eu peço que as autoridades se pronunciem, que tomem uma decisão rapidamente”.

“O povo está a sofrer e as autoridades poderiam dar mais atenção a este assunto. Que eles possam olhar com carinho para o povo de Amapá, são cidadãos de bem, querem o melhor para eles e para os seus filhos. Os impostos estão caros, a comida está cara e o povo está a sofrer. Espero que possam tomar as providências necessárias rapidamente”, alertou.

O jogador do Everton está longe de ser um estreante nestas declarações sobre assuntos que nada têm a ver com futebol, lembra o portal UOL. Alguns adeptos até dizem que futebolistas como estes são “necessários”, por serem figuras públicas e por chamarem a atenção para assuntos delicados.

Richarlison, por exemplo, já pediu ajuda para a região do Pantanal, muito afetada pelos incêndios nos últimos tempos.

Pediu justiça no caso de Mariana Ferrer, violada numa casa noturna em Florianópolis – aqui o acusado é um empresário ligado ao futebol, André Aranha.

O internacional brasileiro abordou a prisão de Robson, um compatriota que era motorista do também futebolista brasileiro Fernando. Robson chegou à Rússia com um medicamento que era para o seu sogro; mas a utilização desse medicamento não é permitida na Rússia. Por isso, foi preso.

A morte de George Floyd, sufocado por um polícia nos Estados Unidos da América, aliada ao homicídio de João Pedro, assassinado pela polícia no Rio de Janeiro, originaram um discurso forte de Richarlison: “O racismo é um assunto que nós, que viemos da favela, estamos acostumados. Sempre fui tratado de forma diferente. Acompanhei o caso da morte do João Pedro, no qual a polícia disparou mais de setenta tiros na casa dele. Poderia ter sido comigo. Noutros tempos, convivi com tiroteios e fui até confundido com um traficante. É triste”.

Até um programa de televisão aparece nesta lista. Richarlison apoiou um concorrente do ‘Big Brother’ local mas, quando esse concorrente foi acusado de violência doméstica, retirou esse apoio, justificando: “Violência contra mulher é abominável”.

Richarlison é também embaixador da Universidade de São Paulo na campanha de consciencialização sobre a covid-19.

Oito casos que mostram um futebolista “político”. E Richarlison, colega de equipa de André Gomes no Everton, já ganhou um prémio da Associação de Jogadores Profissionais inglesa por causa das suas constantes públicas ações de caridade.

NMT, ZAP //

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