Reviravolta em dia histórico: Erdogan aceita entrada da Suécia na NATO

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Filip Singer / EPA

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (E) cumprimenta o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson (D). Ao centro, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, vai enviar o quanto antes o protocolo de adesão da Suécia à NATO, para que seja ratificado pelo parlamento, anunciou hoje o secretário-geral da Aliança Atlântica.

O anúncio foi feito por Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa no final de uma reunião entre o Presidente da Turquia e o primeiro-ministro da Suécia, em Vílnius, na Lituânia, um dia antes do início da cimeira da Aliança Atlântica.

É um dia histórico, é um compromisso verdadeiro”, disse o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), sem apontar quando vai ser feita a ratificação turca, principal obstáculo à adesão sueca, mas assegurando que “vai ser o mais rápido possível”.

Erdogan tinha manifestado até agora firme oposição à entrada da Suécia na NATO, por uma longa lista de razões — incluindo a recusa dos nórdicos em deportar cidadãos turcos procurados no país, e a permissão de protestos contra Erdogan em Estocolmo.

A adesão à NATO requer aprovação unânime dos países membros.

Em junho de 2022, a Turquia tinha levantado veto à adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, após a assinatura de um memorando que “respondia às preocupações” de Ancara. Poucas semanas mais tarde, em julho, Erdogan acusou os países escandinavos de se terem tornado “centros de reprodução do terrorismo“.

O chefe de Estado turco realçou então que Ancara “deixou claras as suas condições” para que a Finlândia e a Suécia conseguissem finalizar a sua adesão à NATO, incluindo o fim das atividades de organizações terroristas nos seus territórios e a deportação para a Turquia de suspeitos de terrorismo.

Na lista da Turquia estão o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o Partido da União Democrática (PYD), as Unidades de Proteção popular e o FETO – nome com o qual a Turquia se refere ao movimento Hizmet do teólogo Fethullah Gulen. “Têm de devolvê-los”, disse Erdogan.

Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro do ano passado, a Finlândia e a Suécia abandonaram anos de não-alinhamento e, em maio do mesmo ano, formalizaram o seu pedido de adesão à NATO.

Em janeiro de 2023, no entanto, a Turquia voltou a retirar o apoio à entrada da Suécia. “A Suécia não pode esperar o nosso apoio na adesão à NATO. Se não respeitar as crenças religiosas da República da Turquia ou dos muçulmanos, não receberá nenhum apoio nosso”, garantiu na altura o Presidente turco.

A 4 de abril de 2023, a Finlândia tornou-se oficialmente o 31.º membro da NATO. “Putin queria menos NATO e vai ter, precisamente, o contrário disso”, salientou na ocasião Jens Stoltenberg, secretário-geral da organização.

Na véspera da cimeira da Aliança Atlântica, que decorre esta semana em Vílnius, na Lituânia, Erdogan e Stoltenberg chegaram ao que o Secretário-Geral da NATO chamou um “compromisso verdadeiro“: brevemente, a Turquia irá ratificar o pedido de adesão da Suécia, que se tornará o 32ª membro da Aliança Atlântica.

Esta segunda-feira, o presidente turco tinha-se comprometido a apoiar a candidatura da Suécia à NATO, se a União Europeia retomasse as conversações de adesão da Turquia ao bloco.

Em resposta a Erdogan, Dana Spinant, porta-voz adjunta da Comissão Europeia, esclareceu que a adesão à NATO e à UE são processos separados, que não devem ser ligados.

Esta opinião foi secundada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, que diz que “não há razão para ver estes dois processos como ligados”.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. A guerra na Ucrânia foi encomendada pela CIA ao KGB, precisamente para mudar a opinião pública nos países europeus forçar os governos a comprar mais armas aos EUA. Tudo corre como planeado. Os países ricos emprestam dinheiro à Ucrânia para a Ucrânia poder comprar o lixo militar que eles têm em stock. Os países ricos endividam-se também para comprar armas novas aos EUA e a Israel. Como dizem lá nos States: “business as usual”.

  2. Obrigado. O psiquiatra aconselhou-me terapia de grupo, mas hoje baldei-me e cá estou nos comentários do ZAP, e é quase o mesmo. Voltando ao assunto…
    E quem rebentou com o gasoduto no Báltico?
    O Trump reclamou que a Alemanha andava a comprar gás barato à Rússia, o Biden resolveu a questão pela calada.
    O Trump reclamou que havia muitos anos que a Alemanha não contribuia com 2% do PIB para a Defesa (ou seja para a NATO), o Biden mandou o Putim partir a Ucrânia toda para meter medo ao resto da Europa.

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