O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou esta terça-feira que a Turquia levantou o seu veto à adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica, após a assinatura de um memorando que “responde às preocupações” de Ancara.
“Acabámos agora uma reunião muito construtiva com o presidente [da Turquia, Recep Tayyip] Erdogan, o Presidente [da Finlândia, Sauli] Niinisto, e a primeira-ministra [da Suécia, Magdalena] Andersson, e tenho o prazer de anunciar que chegámos a um acordo que prepara o caminho para que a Suécia e a Finlândia adiram à NATO”, anunciou Stoltenberg.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) falava em conferência de imprensa no Parque de Exposições de Madrid, no nordeste da capital espanhola, onde decorre a cimeira dos líderes da Aliança Atlântica.
Pouco antes desta conferência de imprensa, no mesmo recinto, os chefes da diplomacia da Turquia, Suécia e Finlândia assinaram um memorando de entendimento perante o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o Presidente finlandês, Sauli Niinisto, a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, e o secretário-geral da NATO.
Segundo Stoltenberg, o memorando “responde às preocupações da Turquia, incluindo no que se refere às exportações de armas e à luta contra o terrorismo”.
“Nenhum aliado sofreu ataques terroristas mais violentos do que a Turquia, incluindo do grupo terrorista PKK. O Governo da Turquia, Finlândia e a Suécia concordaram em aumentar a sua cooperação em contraterrorismo“, afirmou o secretário-geral da Aliança, em referência ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado “organização terrorista” pela Turquia, União Europeia e Estados Unidos, na sequência da rebelião armada curda no sudeste turco, iniciada em 1984.
Stoltenberg anunciou que, “enquanto aliados da NATO, a Finlândia e a Suécia comprometeram-se a apoiar plenamente a Turquia nas ameaças à sua segurança nacional”.
“Isto inclui alterar ainda mais as legislações nacionais, reprimir as atividades do PKK e chegar a um acordo com a Turquia no que se refere à extradição. Tendo em conta o progresso que fizemos juntos, a Turquia concordou em apoiar a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO”, frisou.
O secretário-geral da NATO agradeceu assim a Erdogan, Niinisto e a Andersson “pelo espírito construtivo” durante as negociações, afirmando que a Aliança tem comprovado que, apesar das diferenças, os Estados-membros têm sempre conseguido “sentar-se, encontrar terreno comum e resolver qualquer problema”.
“A política de portas abertas da NATO foi um sucesso histórico. Dar as boas-vindas à Finlândia e à Suécia à Aliança vai torná-los [países] mais seguros, a NATO ficará mais forte e a área euro-atlântica mais segura. Isso é vital quando enfrentamos a maior crise de segurança em décadas”, destacou.
Marcelo Rebelo de Sousa saúda decisão da Turquia “num momento crucial“.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou a decisão da Turquia de levantar o seu veto à adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica, considerando que, “num momento crucial, decidiu pela NATO”.
“Eu sempre tive a noção de que na hora da verdade era possível chegar a uma conclusão que fosse positiva. A Turquia tinha mais a ganhar do que a perder relativamente a esta matéria”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no Palácio da Cidadela de Cascais, no distrito de Lisboa.
“É muito importante para a NATO e é um enriquecimento muito grande e mostra que a Turquia, num momento crucial, decidiu pela NATO”, acrescentou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no fim de uma reunião do Conselho de Estado que contou com a participação, como convidado, de John Kerry, enviado especial do Presidente dos Estados Unidos da América para o clima.
ZAP // Lusa