Restos mortais de Primo de Rivera exumados do Vale dos Caídos

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Sigils / Wikimedia

El Valle de los Caídos, Espanha

Quase quatro anos após os restos mortais de Francisco Franco terem sido retirados do Vale dos Caídos, os de José Antonio Primo de Rivera, o fundador do partido Falange, estão esta segunda-feira a ser exumados do mesmo local e enterrados num cemitério de Madrid.

O corpo Primo de Rivera, filho do ditador Miguel Primo de Rivera (1923-1930), será transferido para o cemitério de San Isidro, na capital espanhola, como parte de uma campanha governamental contra os símbolos do fascismo, relatou a BBC.

O túmulo do criador do Falange estava até agora localizado na Basílica do Vale dos Caídos, um gigantesco complexo católico a 50 quilómetros de Madrid, onde Franco estava enterrado desde 1975 até que o governo do socialista Pedro Sánchez decidiu exumá-lo e transferi-lo para uma tumba mais discreta, em 2019.

O local do mausoléu está a ser convertido num memorial em homenagem a todas as vítimas da guerra, e não apenas aos fascistas. Vítimas republicanas esquerdistas foram enterradas em valas comuns e muitos familiares ainda tentam localizá-las.

Primo de Rivera, que foi executado por um pelotão de fuzilamento republicano em novembro de 1936, em Alicante, será novamente enterrado perto das sepulturas de vários dos seus familiares.

A exumação ocorre após a lei que indemniza as vítimas da ditadura de Franco (1939-1975) ter entrado em vigor, em outubro, relatou a agência AFP.

 

De acordo com ministro Félix Bolaños, há alguns meses, a chamada Lei da Memória Democrática estabelece que “não pode haver lugar preeminente” de enterro “para as pessoas que protagonizaram (…) o golpe de estado” de 1936.

As autoridades espanholas exumaram em novembro os restos mortais do general Gonzalo Queipo de Llano da igreja de La Macarena, em Sevilha (Andaluzia). Este foi o mais alto comandante militar no sul do país e é considerado responsável por milhares de execuções após o triunfo precoce da revolta militar de 1936.

Depois de chegar ao poder em 2018, Sánchez priorizou a reparação das vítimas da guerra civil e da ditadura de Franco. A Lei da Memória Democrática contempla como principal medida que o Estado se encarregue, pela primeira vez, da busca e identificação das vítimas desaparecidas.

Em 2019, as autoridades espanholas anunciaram que iam tentar exumar 31 dos milhares de corpos de pessoas enterradas no Vale dos Caídos. Os restos mortais estão entre os das 34.000 vítimas da Guerra Civil Espanhola de 1936-39.

O mausoléu foi esculpido na encosta de uma montanha, tendo sido utilizados condenados na sua construção, incluindo presos políticos na época de Franco.

ZAP //

4 Comments

  1. Assim se confirma que a esquerda vive do ódio, da inveja e não descansa enquanto não falsificar e re-escrever a História conforme lhes convém!
    Para quando as indemnizações aos familiares dos milhares de vítimas da estalinista república, que foi derrotada com muito sangue, suor e lágrimas em 1939?

    • Fosca-se que a esquerdalhada quando apanha o poder é quase ditadora! Como, aliás, acontece por cá. A direita é muita mais pura e confiável.

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