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Produção de renováveis foi superior ao consumo de eletricidade pela primeira vez

Gustavo Gargioni/ Especial Palácio Piratini

A produção de eletricidade a partir de fontes renováveis excedeu o consumo de energia elétrica em Portugal continental no mês de março, algo “inédito nos últimos 40 anos”.

Dados da REN – Redes Energéticas Nacionais indicam que a eletricidade de origem renovável – sobretudo hídrica e eólica – produzida no mês de março foi de 4.812 Gigawtt hora (GWh), ultrapassando o consumo de Portugal Continental, que foi de 4.647 GWh.

Desta forma, a produção renovável correspondeu a 103,6% da procura, “algo inédito pelo menos nos últimos 40 anos“. Segundo o Observador, o anterior máximo tinha-se verificado em fevereiro de 2014, com 99,2%.

“Estes dados, além de assinalarem um marco histórico do setor elétrico português, demonstram a viabilidade técnica, a segurança e a fiabilidade do sistema elétrico nacional, com muita eletricidade renovável”, referem a Associação Portuguesa de Energias Renováveis e a Zero num comunicado, divulgado esta segunda-feira.

Ainda assim, isto não significa que a procura no Continente tenha sido totalmente abastecida por energias renováveis.

“Houve alguns períodos em que centrais térmicas fósseis e/ou a importação foram chamadas a completar o abastecimento das necessidades elétricas em Portugal, facto que foi plenamente contrabalançado por períodos de muito maior produção renovável”, lê-se.

O mês de março foi o grande impulsionador destes resultados, pelo facto de ter sido um dos meses mais chuvosos dos últimos anos, que permitiu ultrapassar a situação de seca meteorológica em todo o território.

De acordo com o comunicado das associações, em termos de recursos energéticos, o principal destaque vai para a energia hídrica e eólica: a hídrica foi responsável por fornecer 55% das necessidades de consumo, enquanto o contributo da eólica foi de 42%.

No último mês, as associações destacam um período de 70 horas, com início no dia 9, em que o consumo foi totalmente assegurado por fontes renováveis, seguindo-se um outro período de 69 horas com início a 12 de março.

A produção mensal das renováveis permitiu evitar a emissão de 1,8 milhões de toneladas de CO2, poupando-se 21 milhões de euros na aquisição de licenças de emissão de poluentes.

Além disso, destaca-se a obtenção de um elevado saldo exportador que foi de 19% do consumo elétrico de Portugal Continental (878 GWh) e um preço médio diário (no mercado grossista entre produtores e comercializadores), de 39,75 euros por MWh (abaixo dos 43,94 euros por MWh do mesmo período do ano passado).

ZAP //

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