Rendas aumentaram mais de 40% em cinco anos. Cascais é agora o concelho mais caro

No final do primeiro semestre de 2022, o valor mediano das rendas em Portugal ultrapassava os 6 euros por metro quadrado — aumento superior a 40% em relação a 2017.

As rendas em Portugal aumentaram mais de 40% nos últimos cinco anos, um valor que é ultrapassado em vários municípios, noticia o Público.

As rendas chegaram a aumentar quase 50% nas áreas mais caras, ou seja, nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Nos concelhos da periferia da capital, a subida das rendas atinge mesmo os 60%.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram a evolução do mercado de arrendamento em Portugal. Pelo menos desde o segundo semestre de 2017, data em que foi iniciada esta série estatística, nunca conheceu uma quebra nos preços.

No final do primeiro semestre de 2022, o valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento atingiu os 6,25 euros por metro quadrado, registando novos recordes. Corresponde a um aumento de 3,5% em relação ao semestre anterior e de 7,4% em relação ao período homólogo do ano passado.

Tendo em conta apenas o segundo trimestre deste ano — em que a renda mediana em Portugal atingiu os 6,55 euros por metro quadrado — verifica-se mesmo uma subida de 8,6%, em relação ao mesmo período do ano passado.

O valor das rendas a disparar verifica-se, mesmo com a diminuição da procura no mercado de arrendamento. No segundo trimestre de 2022, foram celebrados 21.005 novos contratos, uma valor correspondente a um aumento de 2,1% em relação ao ano passado, mas uma queda superior a 15% em relação aos 24.727 novos contratos celebrados no primeiro trimestre do ano.

Já não existem cidades que escapem a este aumento das rendas, ao contrário do que aconteceu durante alguns anos. Entre os 199 municípios, só houve uma redução das rendas medianas entre 2017 e 2022 em dois: Borba, onde se verifica uma quebra de 7%, e Mira, onde as rendas caíram 2%.

Nos restantes, as rendas aumentaram e, na maioria dos casos, o crescimento atingiu os dois dígitos, algo bastante acentuado nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

No final de junho, as rendas atingiam um valor mediano de 9,29 euros por metro quadrado na Área Metropolitana de Lisboa — um aumento superior a 53% em relação ao que se verificava há cinco anos.

Em relação à Área Metropolitana do Porto, o valor mediano das rendas chegou aos 6,82 euros por metro quadrado — uma subida de 48,9% face a 2017.

Essa evolução é explicada pelas periferias das cidades de Lisboa e do Porto. Nos últimos cinco anos, as rendas nos municípios do Barreiro, Setúbal e Moita, em Lisboa, aumentaram cerca de 60%, sendo que nos concelhos de Valongo, Póvoa de Varzim e Vila Nova de Gaia, no Porto, as rendas aumentaram em cerca de 48%.

Cascais é o concelho mais caro

Apesar das rendas em Lisboa estarem constantemente a aumentar, o lugar mais caro do país para arrendar casa é agora o município de Cascais — este ano, o valor mediano das rendas ultrapassou, pela primeira vez, o da capital.

No final do segundo trimestre de 2022, a renda mediana em Cascais atingiu os 12,78 euros por metro quadrado — um aumento de quase 20%. Segue-se Lisboa, onde a renda mediana é agora de 12,61 euros por metro quadrado.

A discrepância entre os valores das maiores cidades e aqueles que se verificam a nível nacional vai-se tornando cada vez mais acentuada. A renda mediana em Cascais representa praticamente o dobro do valor mediano nacional.

Lisboa continua a ter as freguesias mais caras do país, não existindo nenhuma onde as rendas tenham sofrido uma quebra na primeira metade do ano.

ZAP //

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