Há arrendatários que estão a ser confrontados com aumentos exponenciais de rendas, especialmente em grandes áreas urbanas. Em Lisboa, por exemplo, as rendas chegam a duplicar e triplicar de valor assim que os contratos terminam.
Ao Diário de Notícias, Romão Lavadinho, presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, conta que “há pessoas que pagavam rendas de 200 e 300 euros e agora estão a ser confrontadas com valores de 600 e 700 euros”, muito devido ao boom imobiliário e à pressão turística cada vez maior.
No entanto, esta situação pode complicar, quando o período de transição do Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU) terminar.
Segundo o jornal, o travão à subida às rendas vigorou por cinco anos, de 2012 a 2017, mas no ano passado, um adiamento por mais três anos voltou a amparar os arrendatários até 2020 (e os arrendatários com mais de 65 anos ou com deficiência até 2022).
“Terminado o período transitório, o valor da renda a apurar será igual a 1/15 avos do valor patrimonial do imóvel. Uma renda que hoje está em 120 euros pode passar para 500 ou 600 euros à vontade”, explica Romão Lavadinho.
Em relação aos contratos que estão em causa, o presidente da Associação dos Inquilinos admite que serão “um pouco mais de cem mil“, lembrando que a maioria destas pessoas é de idade avançada.
No entanto, não há números certos sobre quantas pessoas podem ser confrontadas com esta subida nem dados sobre o número de despejos ou “convites” à saída de proprietários. Mas Romão Lavadinho admite que a situação “é grave”, porque à medida que os contratos vão chegando ao fim, “os proprietários ou aumentam a renda ou rescindem os contratos”.
Ainda assim, António Frias Marques, da Associação Nacional de Proprietários, diz ao jornal que, embora o fim do período de transição possa levar a um aumento das rendas, “a maioria destes inquilinos tem mais de 65 anos e rendimentos baixos que a lei protege“.
Em Lisboa, a câmara municipal vai criar um mecanismo de apoio aos despejos e à habitação, que deverá estar operacional no início de maio, avança o DN.
Das confortáveis rendas Salazaristas injustificadas nos dias de hoje devido há sucessiva inflação estão a dar lugar possivelmente a um aumento incomportável para a maioria dos inquilinos.
… “as confortáveis rendas Salazaristas” estavam de acordo com o custo de vida e os salários de então, assim como o valor dos respectivos prédios. Hoje, as rendas faraónicas que se processam por habitações que não valem um décimo do que se paga de renda, continuam a aumentar e a engordar os senhorios menos escrupulosos.