Fármaco retarda o processo de envelhecimento e aumenta a resistência a doenças. Já há “luz verde para comercialização.
A venda do medicamento anti-envelhecimento para cães produzido pela empresa de biotecnologia Loyal, dos EUA, está mais perto de se tornar uma realidade.
Na passada terça-feira, a empresa recebeu uma indicação positiva da FDA (entidade de saúde dos EUA) de que os dados fornecidos são suficientes para mostrar que existe uma “expectativa razoável de eficácia”.
Significa isto que o fármaco — LOY-001 — cumpriu os primeiros requisitos para a “aprovação condicional alargada”, uma autorização acelerada para fármacos animais que satisfazem necessidades de saúde não atendidas e que exijam ensaios clínicos difíceis.
O fármaco ainda não está disponível e a FDA terá ainda de rever os dados de segurança e fabrico da empresa. No entanto, a aprovação condicional que a Loyal espera receber em 2026 permitiria à empresa começar a comercializar o medicamento — cujo objetivo é prolongar a vida canina.
“Pretendemos reivindicar pelo menos um ano de extensão da expectativa de vida saudável”, afirmou Celine Halioua, fundadora e CEO da Loyal, ao New York Times.
Por agora, é ainda impossível dizer de forma concreta se o medicamento (que tem sido denominado de LOY-001) irá realmente cumprir a sua promessa. No entanto, os estudos realizados até agora sugerem que a substância é capaz de atenuar as alterações metabólicas associadas ao envelhecimento.
Neste contexto, a Loyal também já está a recrutar cães para um ensaio clínico de outro candidato a medicamento, denominado LOY-002.
Desta forma, estão a ser conduzidos dois estudos em simultâneo. Um foca-se em cães de grande porte e outro em cães de menor porte, mas ambos incidem numa pílula que retarda o processo de envelhecimento e aumente a resistência a doenças.
O primeiro ensaio trabalha com a alteração dos processos celulares que reduzem a expectativa de vida; o segundo com a desaceleração da demência e insuficiência renal.
Como funciona o medicamento?
O LOY-002 trabalha com rapamicina, que inibe uma proteína conhecida como mTOR, que por sua vez regula o crescimento celular e o metabolismo. É, também, vista como um potencial fármaco de longevidade para humanos.
A pesquisa centra-se em mudanças epigenéticas, que são revertíveis e atuam na sobre a expressão do ADN.
“A metilação do ADN é um dos muitos tipos de modificações epigenéticas adicionadas ao ADN que controlam quais as partes do mesmo são ativas numa célula”, começam por explicar os investigadores.
“Com o passar do tempo, os padrões de metilação nas células de todo o corpo de um organismo mudam. Estas mudanças na metilação estão intimamente ligadas ao envelhecimento”, dizem.
ZAP // CanalTech